Rio Grande do Sul

Pandemia no RS

Com 14 novas confirmações, RS registra 66 casos da variante delta no estado

Rio Grande do Sul ainda tem mais 95 prováveis delta aguardando confirmação, totalizando 161 amostras

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Dos 497 municípios gaúchos, 21 já tem casos confirmados da variante delta - Fusion Medical Animation/Unsplash

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) informou nesta quinta-feira (19) que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Rio de Janeiro, confirmou 14 novos casos da variante delta do coronavírus no Rio Grande do Sul. Com os novos resultados positivos, o estado soma 66 casos confirmados da cepa de origem indiana. Além disso, 95 prováveis delta aguardam confirmação, totalizando 161 amostras. Conforme detalhou a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a confirmação é realizada por meio de sequenciamento genético completo, que define, de forma 100% precisa, as variantes das amostras. 

De acordo com o especialista em Saúde do Cevs Richard Steiner Salvato, a variante delta está em circulação no estado de forma autóctone (transmissão comunitária, sem que possa definir a origem da infecção) há quase um mês. "O Cevs declarou este tipo de transmissão da variante em 24 de julho. Então ela já pode estar em qualquer município. As medidas de proteção como uso de máscaras, álcool gel, evitar aglomerações e diminuir as exposições continuam vigentes”, apontou. 

Segundo a SES, entre os casos sequenciados nesta última leva pela Fiocruz, o laboratório ainda identificou uma amostra da variante alpha (B.1.1.7), que teve o primeiro registro no Reino Unido. O paciente com esta cepa é residente de Caxias do Sul. A amostra foi coletada ainda em maio, e referia-se a um dos dois casos que já estavam registrados no painel da Vigilância Genômica da Secretaria da Saúde (SES). “Parece se tratar de um caso isolado, como foi visto também em Pelotas em fevereiro, pois se houvesse uma disseminação minimamente expressiva nós iríamos identificar nas nossas análises”, afirmou Salvato.

Municípios com casos confirmados: Alvorada, Canoas, Capão da Canoa, Carlos Barbosa, Caxias do Sul, Estância Velha, Esteio, Garibaldi, Gramado, Guaíba, Nova Bassano, Novo Hamburgo, Panambi, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Maria, Santana do Livramento, São José dos Ausentes, São Leopoldo, Sapucaia do Sul e Triunfo.

Municípios com casos prováveis de delta: Alegrete, Alvorada, Bom Retiro do Sul, Cachoeirinha, Canela, Canoas, Caxias do Sul, Cidreira, Esteio, Garibaldi, Gramado, Gravataí, Guaíba, Montenegro, Não-Me-Toque, Novo Hamburgo, Paraí, Passo Fundo, Porto Alegre, Santa Maria, Santo Ângelo, São Francisco de Paula, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Vacaria e Viamão.

Sobre a variante delta 

Das amostras sequenciadas pelo Cevs com resultados positivos para alguma variante de preocupação nesta última semana, 18% eram delta e 82% eram gamma (P.1). A gamma (P.1) surgiu no Amazonas e é predominante no estado desde março. No início do mês de agosto essa porcentagem estava variando entre 10% e 15%.

Conforme apontou Salvato, a variante está tomando um espaço importante, mas de forma mais lenta do que ocorreu em outros países da Europa e nos Estados Unidos, onde, após cinco semanas da identificação da delta, essa variante já representava a maioria das amostras analisadas. A diferença desses países analisados para o Brasil, e mais especificamente o território gaúcho, é que aqui predomina a gamma.

“Dado o cenário mundial, a expectativa é que tenhamos um aumento da delta nas próximas semanas, mas espera-se que em ritmo semelhante ao que temos acompanhado, com a variante tomando espaço aos poucos. Porém, essa é uma análise muito dinâmica, e a cada semana o cenário pode trazer mudanças significativas. Por isso o trabalho de Vigilância Genômica em tempo real que o Cevs vem fazendo é tão importante, não só para entender a dinâmica de disseminação da delta aqui no estado, mas também entender como se dá a relação entre a delta e a gamma em uma região onde a gamma predomina, além de podermos identificar possíveis novas variantes caso venham a surgir”, expôs Salvato.

As variantes presentes no estado: 

Gamma (P.1) – Identificada pela primeira vez em Manaus. Até o momento, é a variante de preocupação com maior circulação no estado.

Delta (B.1.617.2) – Identificada pela primeira vez na Índia. Vem ganhando espaço aos poucos nas últimas semanas no estado.

Alpha (B.1.1.7) – Identificada pela primeira vez no Reino Unido. No estado, apareceu em duas amostras de sequenciamento genético, uma em Pelotas e outra em Caxias do Sul. Tratam-se de dois casos isolados até o momento.

*Com informações da Secretaria Estadual de Saúde


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Edição: Katia Marko