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Estudo vai traçar perfil das pessoas em situação de rua no DF

Levantamento será feito pela Codeplan ao custo de R$ 1,6 milhão

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Política distrital para a população em situação de rua não era cumprida pelo GDF - Crédito: José Cruz/Agência Brasil

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) vai dar início à uma pesquisa sobre o perfil da população em situação de rua no DF. O objetivo é coletar dados que possibilitem a identificação quantitativa e espacial da população em situação de rua, o perfil socioeconômico e identificar suas necessidades.

Em 2011, foi realizado um censo dessa população, desenvolvido pela Universidade de Brasília (UnB). Na época, o levantamento indicou que a capital federal contava com 2.512 pessoas em situação de rua, sendo 1.972 adultos, 221 adolescentes e 319 crianças vivendo em situação de rua no Distrito Federal.

Em 2020, foi sancionada a Lei Distrital Nº 6.691, de 1º de outubro, que estabeleceu a política distrital para a população em situação de rua. A norma traz, entre seus princípios, o respeito às condições sociais e diferenças sociodemográficas das pessoas nessas condições, além de prever o acompanhamento e o monitoramento das políticas públicas e o incentivo à pesquisa, produção e divulgação de conhecimentos sobre a população em situação de rua, estabelecendo as bases para o desenvolvimento de estudos.

Mesmo assim, o GDF ainda não havia dado cumprimento à lei distrital. A expectativa é que a pesquisa da Codeplan possa ajudar a reverter o ambiente de desconhecimento sobre o tamanho e e as demandas da população de rua no DF.

Os dados mais atualizados disponíveis são os registros administrativos da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes), que identificou, a partir da pandemia da covid-19, um média de 2.250 pessoas em situação de rua abordadas pelo Serviço Especializado de Abordagem Social (Seas).

“É importante para direcionar a implantação e execução das políticas públicas voltadas a essa população. O último levantamento foi deficiente e tem quase 10 anos. Atualmente, temos um novo perfil de população de rua, principalmente, por conta da pandemia, que trouxe uma nova massa de pessoas para essa situação”, afirma o mobilizador social Rogério Soares, o Barba, fundador do Instituto Barba na Rua.

*Com informações da Agência Brasília.

Edição: Flávia Quirino