Rio Grande do Sul

JUSTIÇA FISCAL

Focado na exportação, Brasil está de costas para um desenvolvimento inclusivo e sustentável

Especialistas aprofundaram o tema do desenvolvimento econômico e social sob novos paradigmas em ciclo de debates

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Professores destacam em live que tributação mais justa é um dos caminhos para a transformação social - Reprodução

Sob quais bases deve se dar o desenvolvimento econômico e social do Brasil? Dada a urgência em remediar a catástrofe em curso, é possível ir além, propondo saídas mais ousadas para o país? Gabriel Rossini entende que sim. O professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) participou do encontro “O desenvolvimento econômico e social sob novos paradigmas”, realizado na última terça-feira (15), onde respondeu a essas e outras questões.

De início, Rossini destaca a centralidade da sofisticação produtiva quando se pensa o desenvolvimento nacional. Ele explica: um setor industrial de maior complexidade demanda trabalhadores com melhores formações, gera salários mais altos e garante maior poder de barganha aos sindicatos. Por consequência, possibilita um desenvolvimento inclusivo e sustentável, além da própria dinamização da economia. 

O Brasil, no entanto, se encontra na contramão desse processo. Em relação à produção, o que hoje se observa é uma “crescente e acelerada primarização da exportação”, alerta o professor. Diante da desindustrialização em curso, o país sofre com o baixo crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o fraco desenvolvimento socioeconômico e a instabilidade macroeconômica.

Cristina Reis, também convidada do encontro, desenvolve a questão. A professora da UFABC reforça que o padrão tecnológico vigente é fator decisivo na trajetória de cada país, a depender do seu grau de desenvolvimento e riqueza. Portanto, dada a intensa concentração de renda e as desigualdades abissais com as quais convive a sociedade brasileira, o caso do Brasil é preocupante.

Ainda assim, por nos encontrarmos em um momento de crise aguda, novos caminhos se apresentam como possibilidades. Há quem entenda, então, que este poderia ser um momento de redefinição de paradigmas, completa Cristina. E quais seriam esses novos paradigmas? Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU (Organização das Nações Unidas)? 

Segundo a professora, os 17 pontos destacados pelo documento não resolvem todos os desafios impostos, mas são um bom ponto de partida. Para garantir que o desenvolvimento que se construa seja transformador, seria necessário uma transformação mais profunda do Estado. Por sua vez, isso só seria possível a partir de uma nova coalizão de poder que estabeleça, no mínimo, um pacto social comprometido com a inclusão e a sustentabilidade. Dentro desse plano caberia, por exemplo, uma forma de tributação mais justa.

Assista ao debate

Programe-se para os próximos

21/09: Como superar as desigualdades no Brasil?, com Roberto Amaral e Regina Camargos

28/09: Os caminhos e desafios para a justiça tributária, com Dão Real Pereira dos Santos e Marina Marinho

* Com informações do Instituto Lula


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Edição: Marcelo Ferreira