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Governo do Paraná não assina nota que desmente Bolsonaro sobre preço da gasolina

Assinado por 20 governadores, texto joga para o governo federal responsabilidade sobre aumento

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Texto é assinado por governadores de oposição e, inclusive, por aliados do presidente Jair Bolsonaro, como os governadores do DF e Goiás. Ratinho Júnior ficou de fora - Foto: Jonathan Campos/AEN

O preço dos combustíveis tem subido semana a semana no Brasil. Para o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a culpa dessas altas é o custo dos impostos, em especial o ICMS, cobrados pelos estados. Essa versão mentirosa foi criticada por 20 governadores que assinam nota sobre os preços dos combustíveis. Mais uma vez, Ratinho Junior (PSD) não está entre aqueles que esclarecem à população. O governador do Paraná é aliado do presidente.

A nota, publicada no domingo (19), é curta. Tem apenas um parágrafo e fala que as altas são um problema nacional e que necessita de união entre poderes executivos.

“Os Governadores dos Entes Federados brasileiros signatários vêm a público esclarecer que, nos últimos 12 meses, o preço da gasolina registrou um aumento superior a 40%, embora nenhum Estado tenha aumentado o ICMS incidente sobre os combustíveis ao longo desse período. Essa é a maior prova de que se trata de um problema nacional, e, não somente, de uma unidade federativa. Falar a verdade é o primeiro passo para resolver um problema”, dizem.

O texto desmente a versão do presidente Bolsonaro de que os governadores são responsáveis pelo aumento dos combustíveis. Ela é assinada por governadores de oposição e, inclusive, por aliados do presidente Jair Bolsonaro, como os governadores do DF e Goiás.

Política para o mercado

O principal fator para os combustíveis estarem tão caros é sua política de mercado que atrela o preço do barril à cotação internacional, aliado à constante alta do dólar. Na Câmara dos Deputados, em sabatina realizada na semana passada, o presidente da Petrobrás, general Joaquim Silva e Luna, tornou a referendar a política de Preço de Paridade de Importação (PPI).

O coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, criticou Silva e Luna por mentir sobre a composição de custos da equivocada política de preço de paridade de importação. “Mais uma vez, ele preferiu culpar o ICMS pela contínua alta dos preços e não disse que o real motivo do governo Bolsonaro para a dolarização dos preços dos combustíveis é estimular uma política de incentivo às importações de derivados e de GLP, beneficiando produtores internacionais e importadores, como se o Brasil não produzisse aqui praticamente todo o petróleo que consome e não tivesse capacidade de refino”, afirmou.

Edição: Lia Bianchini