Rio Grande do Sul

Economia Solidária

Novo arcebispo de Santa Maria garante continuidade da Feicoop

“Não vou romper com a tradição”, diz Dom Leomar Brustolin sobre a Feira Internacional do Cooperativismo

Brasil de Fato | Santa Maria (RS) |
Ato com autoridades ocorreu na tarde deste sábado (9), na Feicoop - Maiquel Rosauro

O sábado (9) foi de estreia na 27ª Feira Internacional do Cooperativismo (Feicoop). Foi a primeira participação do novo arcebispo de Santa Maria, Dom Leomar Brustolin, no evento realizado no Centro de Referência de Economia Solidária Dom Ivo Lorscheiter. Ele prometeu apoiar a feira, que possui quase três décadas de história.

“Não vou romper com a tradição, vou dar continuidade”, afirmou Dom Leomar.

O religioso participou de um ato em homenagem às vítimas da covid-19, que também reuniu lideranças políticas e da área de educação.

“A Feicoop é política sim, mas não partidária. É política porque busca um bem comum diferenciado capaz de ajudar todas as pessoas, especialmente aqueles que acreditam que é possível um mundo sem fome, com trabalho e educação. Espero que a Feicoop continue produzindo seus frutos”, disse Dom Leomar.

A coordenadora do Projeto Esperança/Cooesperança, irmã Lourdes Dill, ressaltou que a Feira não acontece sem parcerias. Ela disse que o evento faz parte de um processo caminhante, aprendente e ensinante.

“Quando fizemos a primeira edição foi no dia 1º de julho de 1994, dia em que começou o Plano Real. O pessoal disse para desmarcamos, mas não fizemos isso. A Feira sempre teve uma teimosia profética porque ela luta, resiste, caminha e avança", afirma irmã Lourdes.

A professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Gisele Guimarães, que atua na assessoria da Feicoop, destacou que a Feira recebe importantes valores de emendas parlamentares que fomentam a estrutura do evento. A UFSM atua com o apoio técnico, organizando espaços e elaborando projetos para que seja possível a captação de recursos.

“Existe um compromisso grande com o uso de recursos públicos, desde a elaboração do projeto à prestação de contas. Tudo o que acontece aqui tem uma perspectiva de dar visibilidade de como o dinheiro público é utilizado. Aqui temos um grande número de famílias gerando trabalho, renda e fazendo uma outra economia girar”, explica Gisele.

A UFSM tem diversos alunos bolsistas, da graduação e da pós-graduação, que atuam junto aos grupos de Economia Solidária de Santa Maria e região. Entre as ações realizadas este ano, destaque para o processo de aproximar os produtores do mundo digital, de forma que eles aprendessem a expor e comercializar seus produtos no ambiente virtual.

O reitor da UFSM, Paulo Burmann, que está em seus últimos meses de mandato, ressaltou que a instituição, sem dúvidas, seguirá apoiando a Feira, porque acredita na educação, na ciência e na vida.

“Acreditamos, sim, no trabalho que é feito aqui. Esse processo de caminhar, apreender e ensinar é a lógica da educação no país e que precisamos imprimir em todos os processos educacionais”, disse Burmann.

A nova reitora do Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Nídia Heringer, também confirmou que a instituição seguirá caminhando ao lado da Feicoop. Estudantes de diversos campi do IFFar atuam na Feira.

“Somos felizes por fazermos parte da Feicoop, em participarmos desses desafios. Esperamos que a 28ª Feicoop seja ainda maior”, desejou Nídia.

A Prefeitura de Santa Maria foi representada no ato pelo chefe do Gabinete do Prefeito, Alexandre Lima, que destacou a preocupação do Poder Executivo em respeitar os 27 anos de história da Feira.

“Se Santa Maria é a referência em Economia Solidária, a Prefeitura não tinha que fazer outra coisa a não ser apoiar”, sintetizou Lima.

A Prefeitura desempenha um papel fundamental na realização da Feicoop, atuando sobretudo, no entorno do evento, como com a organização do trânsito.

A 27ª Feicoop segue até este domingo (10). Confira a programação on-line e presencial.

Comércio justo e consumo ético e solidário

A feira diferencia-se pela realização de práticas do comércio justo e consumo ético e solidário, trocas solidárias com moeda social e atividades de formação e interação. Não há consumo de cigarros e bebidas alcoólicas (vinhos e cervejas artesanais vendidos na Feira não devem ser consumidos no local) e a água não é comercializada durante o evento. A Economia Solidária entende que a água é um bem universal e um patrimônio da humanidade (são disponibilizados bebedouros com água filtrada nos pavilhões da feira).

Refrigerantes também não são vendidos. Os produtos oferecidos na Feira são de procedência ecológica. A organização do evento trabalha com a teoria e a prática, articulando campo, cidade e as diferentes culturas e etnias.

A Feira

A 27ª Feicoop é promovida pela Arquidiocese de Santa Maria via Banco da Esperança - Ação Social, Projeto Esperança/Cooesperança, Rede Esperança; Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Instituto Federal Farroupilha (IFFar), Prefeitura Municipal de Santa Maria, Cáritas Brasileira, Cáritas Rio Grande do Sul, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Comissão Pastoral da Terra no Rio Grande do Sul (CPT/RS), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), 6ª Semana Social Brasileira (6ª SSB), entre outros. O patrocínio é do Ministério da Cidadania e Sicredi Região Central/RS.


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Edição: Marcos Corbari