Rio Grande do Sul

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Grupos indígenas do Rio Grande do Sul são atrações do Sonora Brasil

As apresentações acontecerão nesta sexta-feira (22) pelo canal Sesc RS no YouTube

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Além dos grupos indígenas, haverá apresentação das cantoras Clarissa Ferreira, Ana Matielo, Nina Fola, Adriana de Los Santos e Emily Borghetti - Divulgação

Os grupos indígenas ‘Nóg gã’, do Povo Kaingang, e ‘Teko Guarani’, do Povo Guarani Mbyá, além do quinteto de cantoras Clarissa Ferreira, Ana Matielo, Nina Fola, Adriana de Los Santos e Emily Borghetti, todos do Rio Grande do Sul, são as atrações do projeto Sonora Brasil, promovido pelo Sesc, e considerada a maior iniciativa brasileira de circulação musical. As apresentações acontecerão nesta sexta-feira (22) e serão exibidas pelo canal Sesc RS no YouTube às 18h30, às 19h10 e às 20h.

Sobre o grupo ‘Nóg gã’

Por meio de pinturas corporais, utilizando linhas e/ou formas circulares, é possível identificar os kamé (marcas compridas) e os kairú (marcas arredondadas). Essa distinção definirá as formas de relacionamentos e contato entre as duas partes. Os Kaingang possuem característica aguerrida e seus ritos envolvem a realização de movimentos coreografados e um contexto musical cíclico. A língua Kaingang pertence ao tronco linguístico Macro-Jê.

O grupo Nóg gã é formado por Gilson Ferreira, Nilceu dos Santos, Darlei Pedro, Alvaro de Paula, Jakson de Oliveira, Jose Vergueiro e Talvane Ribeiro de Campos, indígenas de diversas aldeias Kaingang da região de São Leopoldo (RS). Durante a exibição no Sonora Brasil, os Kaingang representarão, por meio de suas músicas e seus gestos, os processos de guerras e conquistas. As lanças de guerra em contato com o chão tornam-se instrumentos percussivos e embasam ritmicamente as marcas coreográficas.

 Sobre o grupo ‘Teko Guarani’

O grupo Teko Guarani está localizado na aldeia Tekoa Anhetenguá, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre, onde vivem 16 famílias Mbyá-Guarani. No Rio Grande do Sul, desde 1996, as terras Mbyá foram reivindicadas em um processo no qual o cacique José Cirilo teve papel determinante. Os Guarani estão entre os primeiros povos a estabelecer contato com os europeus. Muitos foram catequizados pelos missionários portugueses e pelos colonizadores espanhóis. Apesar disso, o povo Guarani conseguiu preservar muito de suas tradições e seus rituais religiosos.

Os modos de vida Mbyá-Guarani possuem relação direta com a natureza. Pertencentes ao tronco linguístico Tupi-Guarani, consideram a palavra uma forma de comunicação sagrada. As canções entoadas (mboraí) pelos corais infantojuvenis expressam diretamente seus pensamentos e servem no processo de meditação, relatando a importância da manutenção das características do olhar Guarani e suas conexões com os territórios e divindades.

É pela música que líderes espirituais guiam seus povos e realizam a comunicação mais profunda com Nhanderú (nosso pai/Sol). Teko Guarani é um coral infantojuvenil que tem por característica a força e o brilho vocal. Utilizam o mbaraká (violão), o ravé (violino/rabeca), o mbaraká miri (chocalho) e o angu´á pú (tambor).

Sobre as cantoras Clarissa Ferreira, Ana Matielo, Nina Fola, Adriana de Los Santos e Emily Borghetti

O espetáculo Líricas Sulinas apresenta uma releitura dos signos sonoros identitários rio-grandenses a partir de um grupo de musicistas contemporâneas, representantes e identificadas com as múltiplas possibilidades do pertencer nesta terra. Em seus repertórios cantam e tocam suas corporalidades, seus pertencimentos e suas relações com o território, perpassando por vezes de forma crítica a cultura patriarcal tão enraizada, e tomando para si linguagens e narrativas outrora veladamente intocadas.

Com sonoridade híbrida a partir dessa possível amálgama de códigos culturais, formam o relevo por onde brotam as vozes de muitas eras, evocando as mulheres que vieram antes, vislumbrando o presente e tecendo nossas possibilidades de ser e pertencer. O espetáculo é composto por Clarissa Ferreira (voz e violino), Ana Matielo (voz e violão), Nina Fola (voz, sopapo e berimbau), Adriana de Los Santos (acordeom) e Emily Borghetti (voz, bombo leguero, castanholas e sapateado).

Sobre o Sonora Brasil

A maior iniciativa brasileira de circulação musical está de volta. Promovido pelo Sesc, o Sonora Brasil chega a sua 23ª edição com a apresentação de um repertório inédito, composto por músicas de mais de cem compositoras brasileiras e 21 grupos indígenas de diversas etnias, que mostram toda a potência do projeto em divulgar as mais diferentes manifestações musicais do país.

Em função da pandemia de covid-19, o circuito não ocorreu em 2020 e, este ano, todos os espetáculos foram gravados em formato on-line, em mais de 20 estados, e serão transmitidos pelos canais de Youtube do Sesc em cada estado. Ao longo da sua trajetória, o Sonora Brasil já alcançou mais de 750 mil pessoas e realizou mais de seis mil concertos em todo o Brasil.

As abordagens apresentadas terão como temas as “Líricas Femininas - A presença da mulher na música brasileira” e “A Música dos Povos Originários do Brasil”. A temática de 2021 acompanhará a da última edição, realizada em 2019, já que os temas centrais do Sonora Brasil são definidos por biênios.  O lançamento será no dia 19 de outubro e as exibições ocorrerão até o dia 12 de novembro, sempre às 18h30 (Povos Originários) e às 20h (Líricas Femininas). O calendário das transmissões está disponível na página do projeto (www.sesc.com.br/sonorabrasil) e todos os vídeos terão tradução para linguagem de libras, incluindo os espetáculos dos povos indígenas.

As apresentações do Sonora Brasil são de caráter essencialmente acústico, como forma de valorizar a autenticidade musical das obras. Uma curadoria formada por profissionais do Sesc é responsável pela seleção dos temas e grupos que integram a programação. Para escolha dos artistas e grupos, foram consideradas questões sociais, ligadas à diversidade de ritmos, de territórios e de artistas. O projeto contempla ainda oficinas, rodas de conversas e exibição de filmes, que serão promovidas, também em ambiente on-line, por unidades do Sesc de todas as regiões do país. Os catálogos de todas as edições estão disponíveis para consulta no site do Sonora Brasil.

Programação

22 de outubro (sexta-feira)

18h30 | Grupo ‘Nóg gã’| (Povos Originários do Brasil)

19h10 | Grupo ‘Teko Guarani’ (Povos Originários do Brasil)

20h | Clarissa Ferreira, Ana Matielo, Nina Fola, Adriana de Los Santos e Emily Borghetti  (Líricas Femininas)


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Edição: Marcelo Ferreira