Você sabia que a origem do nome Redenção, relacionado ao parque Farroupilha, tem ligação com a libertação de escravos? Ou que até hoje as pessoas reverenciam o orixá Bará assentado no coração do Mercado Público? Esses e outros resgates históricos são abordados no percurso "Territórios Negros: Afro-brasileiros em Porto Alegre", que voltou a ser realizado nesta quarta-feira (24).
A reativação do passeio de ônibus, pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB UFRGS), em parceria com a Prefeitura, através da Secretaria de Desenvolvimento, proporcionou a um grupo de pessoas aprender com a professora de Geografia Daniele Vieira sobre a importância dos negros para a construção da cidade.
"Foi um momento bonito e significativo”, conta a coordenadora-adjunta do NEAB, Tamyres Filgueira. “É fundamental conhecer a nossa história, que é diferente daquela contada nos livros e nas narrativas do embranquecimento, que muitas vezes apagam nossas contribuições", completa.
Algumas das paradas do percurso são a Praça do Tambor, na Rua dos Andradas; o Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa; a Ilhota, área próximo ao Ginásio Tesourinha; o Parque da Redenção; e a UFRGS, onde nos últimos anos, devido às políticas de ações afirmativas, tem sido território de emancipação do povo negro com acesso à educação superior.
Participantes percorrem pontos negros da cidade em ônibus / Foto: Douglas Roehrs
O ingresso foi a a doação de 1kg de alimento não perecível. As doações serão destinadas ao projeto "UFRGS Contra a Fome", que realiza doações para famílias de negros, indígenas e quilombolas.
A atividade integrou o Novembro Negro da UFRGS 2021, mas o percurso teve início muito antes. Na década de 1970, Oliveira Silveira e o Grupo Palmares marcaram os espaços hoje visitados com a intenção de resgatar a história do negro para além da escravidão.
Saiba mais sobre o projeto e a história dos pontos do trajeto.
Há previsão de mais duas saídas ainda em 2021. As datas serão divulgadas nas redes sociais do NEAB.
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Edição: Marcelo Ferreira