Bahia

ARTE NEGRA

"As artes cênicas negras estão presentes no cotidiano do povo baiano", afirma professor

Nas periferias, universidades, palcos, ruas, redes virtuais e tantos outros lugares o povo negro cria e recria sua arte

Brasil de Fato | Salvador (BA) |
Os exemplos de expressões artísticas negras baianas são vastos e acontecem o ano todo. - Adeloyá Magnoni/Divulgação

Nas periferias, universidades, palcos, ruas, redes virtuais e tantos outros lugares o povo negro cria e recria suas artes. Os exemplos de expressões artísticas negras baianas são vastos e acontecem o ano todo. Neste mês de novembro, alguns festivais reúnem artistas e grupos para compartilharem suas criações e reflexões sobre a prática. Um exemplo é o Fórum Negro de Arte e Cultura da Universidade Federal da Bahia, que teve sua quinta edição na neste mês.

Lau Santos é artista, professor e pesquisador das epistemologias negro-africanas brasileiras e indígenas no contexto das artes da cena. Ele conta qual o papel das artes cênicas negras para a população baiana. "As artes cênicas negras estão presentes no cotidiano do povo baiano, do povo negro brasileiro. Quando a gente fala em artes cênicas negras, estamos falando em corporeidades, em corporalidades. Então a dança, o teatro, as artes visuais, a música, todos esses elementos cênicos estão presentes nas manifestações cotidianas da Bahia, como o candomblé, capoeira, negro fugido".

Lau Santos destaca algumas expressões artísticas negras da atualidade e o diálogo que estabelecem entre realidades periféricas e a ancestralidade. "Essas experiências artísticas estão diretamente relacionadas a uma população negra que, com as novas tecnologias digitais, estão conseguindo mostrar suas inquietações e suas relações com a ancestralidade. Então o cinema aparece forte, um teatro que é de corpo, que dança, que canta, uma arte visual que é performance, que fala das culturas ancestrais importantes da cultura afro-brasileira. O futuro que a gente pode projetar é que as tecnologias vieram para ficar e elas vão difundir esses trabalhos que estavam invisibilizados", completa.

Edição: Jamile Araújo