Distrito Federal

Saúde

Campanha sobre HIV/Aids disponibiliza testagem gratuita no DF

'Dezembro Vermelho' chama a atenção para medidas de prevenção e diagnóstico precoce; saiba onde buscar orientação

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Feira Permanente do Riacho Fundo recebeu equipes da Secretaria de Saúde do DF para orientações e testagem gratuita de HIV/Aids - Geoavana Albuquerque/Agência Saúde-DF

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) deflagrou nesta quarta-feira (1º) a campanha "Dezembro Vermelho" de conscientização sobre a importância de se prevenir contra o vírus HIV - que pode desencadear a Aids - e outras infecções sexualmente transmissíveis. A data marcou o Dia Mundial de Luta contra a Aids.

Ao longo do mês, a pasta pretende divulgar amplamente serviços disponíveis na capital do país, como a testagem gratuita, distribuição de preservativos e o acesso a tratamentos contra diferentes infecções.     

No hall da Estação Central do Metrô, por exemplo, servidores do Centro de Testagem e Aconselhamento levaram autoteste de HIV e distribuíram preservativos. O local permanecerá ativos ao longo das próximas semanas com este mesmo trabalho. 

“O objetivo é a divulgação do Centro de Testagem e Acolhimento, pois lá são realizadas testagens rápidas para HIV, sífilis e hepatites B e C e muita gente desconhece este serviço. Também queremos chamar a atenção para a importância do diagnóstico precoce como ferramenta de saúde para as pessoas portadoras do HIV e como ferramenta de enfrentamento da epidemia”, explicou a chefe do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), Leidijany Paz.


Stand montado na Rodoviária do Plano Piloto tem distribuição gratuita de preservativos e de auto-teste para HIV / Geoavana Albuquerque/Agência Saúde-DF

Outras ações permanentes de atendimento ao público também ocorrem no DF. Ao todo, são 11 locais de referência (veja a lista a seguir). Além da testagem para HIV, sífilis, hepatites B e C, há serviços ambulatoriais especializados em diferentes regiões do DF, além de uma rede para atendimento de pessoas que tiveram pré-exposição ao vírus. 

Locais de referência no tratamento de HIV/Aids

- Núcleo de Testagem e Aconselhamento, na Rodoviária do Plano Piloto, faz testagem rápida para HIV, sífilis e hepatites virais;
- Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin), antigo Hospital Dia da 508 Sul;
- Policlínicas do Lago Sul, de Ceilândia, de Taguatinga, de Planaltina, do Paranoá, de Sobradinho e do Gama;
- Ambulatórios de infectologia do Hospital de Base, do - Hospital Regional de Santa Maria e de Sobradinho e do - Hospital Universitário de Brasília (HUB);
- Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o DF oferecem testes rápidos e fornecem insumos de prevenção, como preservativos e gel lubrificante;
- Rede de urgência e emergência atende usuários que necessitam de Profilaxia Pós-Exposição (PEP) ao HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis após exposição sexual consentida, violência sexual e acidentes com materiais biológicos.

Casos de Aids

De acordo com número do Ministério da Saúde, a estimativa é de que existam 920 mil pessoas vivendo com HIV/Aids no Brasil atualmente. Cerca de 89% foram diagnosticadas e 77% seguem em tratamento. Isso significa que cerca de 11% das pessoas infectadas ainda não sabem disso. Em 2019, foram diagnosticadas 41,9 mil novas infecções e registrados 10.565 óbitos. 

No DF, são cerca de 12 mil pessoas infectadas ou em tratamento contra o vírus HIV/Aids. Segundo o mais recente Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde, em 2020 foram 690 casos positivos detectados de HIV, a grande maioria (588) do sexo masculino. Nem todos os casos desencadeiam a Aids, já que o tratamento precoce costuma ser efetivo no controle da infecção, ou seja, a pessoa tem o vírus, mas ele não desenvolve a doença.

Mesmo assim, no ano passado, ocorreram 96 óbitos por Aids na capital do país. De 2014 a 2019, foram notificados 4.102 casos de infecção pelo HIV e 2.150 casos de aids.

“Nos últimos cinco anos houve um pequeno aumento de detecção de casos de HIV e redução dos casos de Aids, o que é reflexo devido às estratégias de prevenção adotadas no DF e isso faz com que as pessoas sejam diagnosticadas precocemente, iniciando o tratamento rapidamente, o que evita a Aids”, destaca a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz.  

Em relação à faixa etária, os casos de infecção pelo HIV no DF, entre 2016 e 2020, foram mais prevalentes em pessoas de 20 a 29 (média 46,9% dos casos no período). No entanto, observou-se um crescimento de casos entre pessoas de 29 a 30 anos (de 25,5%, em 2019, para 28,2%, em 2020).

No mesmo período, os homossexuais representaram proporção de 51,2% dos casos de infecção, seguida da categoria heterossexual (25%). Como os homens representam a grande maioria dos casos de HIV e Aids, no DF e no Brasil, a categoria de exposição homossexual possui grande impacto, tanto na população masculina em geral quanto nessa população específica, atingindo 61,8% dos casos de 2020, de acordo com a Secretaria de Saúde do DF. 

Sobre a Aids

A síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) denomina o conjunto de sintomas e infecções resultantes dos danos causados no sistema imunológico pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

De acordo com informações oficiais do Ministério da Saúde sobre a doença, quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.

A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático. Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns.

A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids. Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.

Por isso, o alerta é de que sempre que uma pessoa transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, deve procurar uma unidade de saúde imediatamente, para informar-se sobre sobre a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), além de fazer o teste. O site da pasta disponibiliza informações sobre o serviço de saúde especializado mais próximo.

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Edição: Flávia Quirino