Rio Grande do Sul

Ação Pública

Projeções chamam atenção para a pauta da educação antirracista no Centro de Porto Alegre

Iniciativa do Projeto Seta acontece nesta sexta (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, em seis capitais do país

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Projeções públicas serão uma das iniciativas do Projeto Seta - Reprodução

Nesta sexta-feira (10), data em que se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos, acontecerá o lançamento do Sistema de Educação pela Transformação Antirracista (Projeto Seta). Serão exibidas em espaços públicos projeções com mensagens, dados e reflexões da importância de combater o racismo nas escolas, enfrentar as desigualdades sofridas por pessoas negras e indígenas e promover equidade racial.

A ação ocorre de forma simultânea em seis capitais brasileiras, entre elas Porto Alegre, às 19h. Na capital gaúcha, a atividade ocorre na Rua Venâncio Aires, Centro Histórico.

Esta iniciativa reúne organizações da sociedade civil nacional e internacional, tendo como foco a construção de um sistema de educação pública antirracista no Brasil.

Integram este projeto a ActionAid, a Ação Educativa, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Geledés - Instituto da Mulher Negra e a Uneafro Brasil.

Ideia é chamar atenção para a pauta

De acordo com a Diretora de Programas da ActionAid Brasil, Ana Paula Brandão, a ideia é que as projeções chamem a atenção da população nesse primeiro momento, com mensagens e imagens que explicitem a intenção dessa aliança para a educação antirracista.

Com a colaboração de uma rede nacional de estudantes, pesquisadores e especialistas nos 26 estados brasileiros e no DF, o Seta nasce do entendimento de que é preciso fortalecer a aliança com as organizações existentes, principalmente no momento em que o país vive inúmeros ataques contra as políticas públicas de educação conquistadas nas últimas décadas.  

Entre os principais objetivos do projeto está fazer valer a implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) alterada pelas Leis 10.639/2003 e 11.645/2008 e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (2012) e para a Educação Escolar Indígena (2012).

Entre suas ações, o Projeto Seta pretende desenvolver uma base de evidências multimídias das experiências vividas do racismo na educação e na sociedade brasileira em geral; facilitação de diálogos em escolas e instituições; mobilização de campanhas antirracistas em quatro áreas da educação: currículo, formação de professores, cultura escolar e financiamento.  

A coordenadora de Educação e Pesquisa do Geledés Instituto da Mulher Negra, Suelaine Carneiro, explica que o projeto cria uma rede com objetivo de fortalecer identidades e garantir direitos, propondo o rompimento de imagens negativas forjadas no espaço escolar, e também, por diferentes meios de comunicação contra pessoas negras.

“Tem muita coisa que precisa ser reformulada na educação. A educação popular, a tradição oral, os valores civilizatórios africanos devem ser inseridos nas práticas pedagógicas, pois fazem parte de nossa construção social”, afirma.

Para Vanessa Nascimento, fundadora da Uneafro Brasil, uma educação pública antirracista passa pelo entendimento de governos e de toda a sociedade que enquanto houver racismo, não haverá democracia.

"Continuar com o sistema atual é manter o racismo nas estruturas do Brasil. A Uneafro é um movimento de educação popular que há 12 anos leva a luta contra o racismo para a sala de aula. Estamos em mais de 40 núcleos e temos muita experiência para compartilhar", relata.


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Edição: Marcelo Ferreira