Rio Grande do Sul

Educação

Atempa cobra da prefeitura reajuste aos (as) trabalhadores (as) da Educação

Entidade diz que existem recursos desde outubro de 2021 e que falta vontade política do prefeito para pagar os valores

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"Pelo menos desde outubro de 2021 o governo Melo está com recurso extra do Fundeb em caixa, enquanto trabalhadoras/es em educação sofrem com o congelamento de salários e a desvalorização profissional", denuncia a Atempa - Alex Rocha/PMPA

A Associação dos Trabalhadores/trabalhadoras em Educação do Município de Porto Alegre ( Atempa) divulgou uma nota oficial exigindo que o prefeito Sebastião Melo atualize os salários dos mesmos que, segundo eles, está com uma defasagem de 30% acumulada em seis anos sem reajuste.

Eles participam do Conselho do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e sabem da existência dos recursos para o pagamento de um reajuste de pelo menos 10% provenientes da atualização do Fundeb.

Na nota a Atempa diz que os recursos existem desde outubro e 2021 e que se os valores não estão sendo pagos é por falta de vontade politica do prefeito.

Confira a íntegra da Nota

Prefeito Melo, pague às/aos trabalhadoras/es em Educação o que deve!

É fato que trabalhadoras/es das escolas municipais estão há quase seis anos sem receber o que está assegurado por lei, a reposição inflacionária, chegando a mais de 30% de perdas salariais.

Parte dos recursos que são recebidos para o pagamento dos salários dos profissionais de educação municipais se dão pelas verbas oriundas do Fundeb, o fundo público para o desenvolvimento da educação básica, sendo outros recursos oriundos dos 25% da receita municipal, destinados pela Lei Orgânica.

Ocorre que, com o novo Fundeb, o percentual obrigatório a ser gasto com o magistério subiu de 60% para 70%. Se o município não der aumento de pelo menos 10% as/aos educadoras/es, há dinheiro a devolver aos mesmos.

Ainda, há uma verba extra do Fundeb 2021 oriunda da venda da CEEE, de mais de 17 milhões, que deveria ser empregada para valorização dos profissionais da educação municipal.

A Atempa compõe o Conselho do Fundeb e, como tal, exigimos da Prefeitura que faça uso deste recurso para o fim destinado em lei, ou seja gratificação as/os trabalhadoras/es em educação e/ou valorização em materiais pedagógicos e tecnológicos para os mesmos.

Denunciamos que em novembro/21 a prefeitura utilizou parte da verba extra do Fundeb para o pagamento mensal das entidades parceiras à prefeitura, que administram as creches conveniadas, sendo que esse recurso já é previsto pelo Orçamento municipal. Ora, o que a prefeitura fez com o recurso das conveniadas, que precisou tirar da verba do Fundeb em novembro? O mais drástico é que a PMPA pretende fazer o mesmo agora em dezembro!

Dinheiro há em caixa e há bastante tempo!

Pelo menos desde outubro de 2021 o governo Melo está com esse recurso extra do Fundeb em caixa, enquanto trabalhadoras/es em educação sofrem com o congelamento de salários e a desvalorização profissional. Caso existam sobras do Fundeb, e Melo não ratear com o magistério, o dinheiro terá que ser devolvido à União.

É escandalosa a gestão de recursos da prefeitura, com irregularidades sendo amplamente divulgadas na mídia, afastando o ex-secretário adjunto.

O Conselho do Fundeb, junto a Atempa, enviaram hoje ofício à Fazenda municipal com cópia ao setor financeiro da SMED, manifestando desacordo ao uso pretendido pela PMPA e indicando que a verba deve ser usada para uma gratificação aos profissionais da educação, além de cobrar explicações do uso do recurso. Foi requisitado também uma audiência com o Tribunal de Contas.

Agora, exigimos da Prefeitura de Porto Alegre que pague o que deve as/os trabalhadoras/es em educação.


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Edição: Katia Marko