Rio Grande do Sul

Educação

Trabalhadores (as) da Educação realizam ato estadual por reposição a toda categoria

Para o sindicato, proposta apresentada pelo governo Leite exclui funcionários de escola e a maioria dos aposentados

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Conforme aponta o CPERS, apenas 14% da categoria receberá o índice do reajuste fixado pela Lei do Piso Nacional - Foto: Caco Argemi/Cpers

Nesta terça-feira (14), centenas de professores (as) e funcionários (as) de escolas estaduais, na ativa e aposentados (as) realizaram um ato estadual em frente ao Palácio Piratini. O objetivo foi reivindicar que a proposta de reajuste salarial apresentada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) seja para toda a categoria. De acordo com o CPERS Sindicato a proposta do Executivo estadual, entregue na última quarta-feira (8), com reajuste de 32% do Piso do Magistério (PL 467/2021), exclui funcionários (as) de escola e deixa de fora a imensa maioria dos (as) aposentados (as). O PL deve ir à votação no próximo dia 21.

Pela proposta apresentada pelo governador será concedido reajuste de 32% na tabela inteira do subsídio para todos os (as) professores (as) a partir de janeiro de 2022. O subsídio de entrada na carreira para o regime de 40 horas, em licenciatura plena, passará de R$ 3.030,53 para R$ 4.000,30. Contudo conforme aponta o sindicato, isso não significa que todos os (as) professores (as) irão ter aumento efetivo de 32%, uma vez que, com o novo plano de carreira aprovado em 2020, o salário da categoria foi transformado em subsídio e vantagens concedidas foram transformadas em parcela autônoma, sobre as quais o reajuste não incidirá.


CPERS afirma que Eduardo Leite abandona os (as) educadores (as) aposentados (as) / Foto: Caco Argemi/Cpers

O CPERS também destaca que apenas 14% da categoria receberá o índice do reajuste fixado pela Lei do Piso Nacional. Análise do Dieese aponta que 55,8% dos (as) professores (as) em sala de aula não receberão o reajuste de 31,3% em 2022. “Somos uma categoria só. Queremos valorização, mas sempre deixamos claro que a reposição tem que ser para todos (as) educadores (as)”, destacou a presidenta do CPERS, Helenir Aguiar Schürer. 

A diretora do Departamento dos Aposentados do CPERS, Glaci Weber, lembrou que após as últimas reformas o governo já confiscou 340 milhões de reais ao ano, desta parcela valorosa da categoria.

Ainda conforme ressalta a entidade, com vencimento básico de R$ 620,72 (40 horas), os (as) funcionários (as) de escola não recebem sequer o suficiente para cobrir os custos de uma cesta básica, que atualmente, na Capital, é de R$ 685,32. Conforme o Dieese, eles representam 90% dos piores salários do estado.

Com a possibilidade do PL 467/2021 ser votado na próxima terça-feira (21), o sindicato orientou a todos para seguirem com a pressão aos deputados e também aos vereadores.


Categoria continuará mobilizada até a votação do PL 467/2021 que deve ocorrer na próxima terça / Foto: Caco Argemi/Cpers

Novo ato será realizado na próxima semana para exigir do governador e dos parlamentares que a proposta do reajuste do Piso Salarial do Magistério contemple toda a categoria.

“Na semana que vem estaremos aqui de novo. Se precisarmos acampar nessa praça, fincaremos o pé. Não nos pararão até que os nossos direitos sejam respeitados”, avisou Helenir.

As informações sobre o horário da próxima mobilização serão postadas nas redes sociais do CPERS Sindicato e também podem ser obtidas com os núcleos do CPERS, que organizarão a vinda à capital.

Contra a instalação de uma Escola Cívico-Militar em Porto Alegre

Além da mobilização pelo reajuste igualitário para toda a categoria, integrantes da Diretoria do 39° Núcleo percorreram gabinetes de parlamentares, juntamente com professores (as) da Escola Visconde de Rio Grande. O objetivo além de pedir o apoio na luta pela mudança do projeto do governo Leite, foi articular com as deputadas Luciana Genro (PSOL), Sofia Cavedon (PT) e Juliana Brizola (PDT), e com a Direção Estadual do CPERS, a formação de uma frente contra a instalação de Escola Cívico Militar, em Porto Alegre. 
 
Segundo a professora e diretora do 39° Núcleo do CPERS, Neiva Inês Lazzarotto, o governo Leite estaria se aproveitando da situação de fragilidade da Escola Visconde de Rio Grande, que tem várias salas de aula interditadas por infiltrações, que teve cabos de luz roubados, para oferecer, como solução, a adoção do modelo de Escola Cívico-Militar. 

“Por entender que aos educadores cabe a tarefa da educação pública e aos militares, a Segurança Pública, é que o 39° Núcleo estará empenhado em lutar contra esse modelo inaceitável para a escola pública, ainda que boa parte da Comunidade Escolar o aceite, mas por termos a convicção de que é por falta de conhecimento e análise profunda que a mesma é 'ganha' para apoiar o projeto de cunho militar. Nos próximos dias trabalharemos na construção dessa frente e tentaremos diálogos com a escola”, destacou.

 

#AOVIVO: Ato por #ReposiçãoJá para TODA a categoria! Reivindicamos valorização e salários dignos para professores(as) e funcionários(as) de escola, da ativa e aposentados(as).

Posted by CPERS/Sindicato on Tuesday, December 14, 2021

 

*Com informações do CPERS Sindicato


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Edição: Katia Marko