Rio Grande do Sul

Homenagem Virtual

Acordeonista Oscar dos Reis lança clipe em homenagem ao centenário de Astor Piazzolla

Conforme reforça o acordeonista gaúcho, Piazzolla promoveu uma profunda revolução no tango argentino

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"A música Astor é uma manifestação de carinho e agradecimento por tudo o que aprendi com a música de Piazzolla”, explica Oscar - Foto: Divulgação

Para comemorar o centenário de Astro Piazzolla, o acordeonista gaúcho Oscar dos Reis lançou recentemente um clipe em homenagem ao Bandoneonista argentino. “Homenagear Piazzolla é algo emocionante para mim. Escrevi 'Astor' em forma de agradecimento por tudo que representa a música do grande maestro argentino em minha vida”, afirma Reis que salienta que a obra centenária do bandoneonista argentino Astor Piazzolla ainda ecoa mundo afora. O vídeo foi gravado no Teatro Municipal Pedro Parenti, em Caxias do Sul.

O ano de 2021 marca os 100 anos de nascimento de Piazzolla, que veio ao mundo em 11 de março de 1921 e morreu em 4 de julho de 1992, em decorrência de uma hemorragia cerebral sofrida dois anos antes. Durante sua trajetória, deixou uma discografia considerável, com temas feitos em parceria com outros grandes nomes da música mundial, como o maestro brasileiro Tom Jobim e o vibrafonista estadunidense Gary Burton. Aos 14 anos conheceu o Carlos Gardel, mestre pioneiro do tango de quem recebeu elogios. O trabalho de Piazzolla como intérprete, arranjador e compositor o coloca como um dos ícones da música portenha. Transitou entre o popular e o erudito, deixando temas importantes como ‘Libertango’ e ‘Adios Nonino’ (este, inspirado na morte do pai).

Apontado como um dos melhores acordeonistas do mundo, e reconhecido como distinto intérprete do mestre argentino, Oscar está lançando clipe de uma composição autoral dedicada ao colega, a quem estuda desde a década de 1980. “Astor”, criada com base em elementos da musicalidade de Piazzolla, é uma ode ao ídolo que colocou elementos do jazz no ritmo argentino, o que possibilitou improvisos mais dinâmicos.

“Astor Pantaleón Piazzolla foi um compositor do meu tempo. Estava muito próximo em todos os sentidos, tocava um instrumento semelhante ao acordeon, fazia uma música com a qual me identifico profundamente. Minha singela homenagem deve se restringir a poucas palavras, apenas reverenciar a memória de um gênio, cuja obra é reconhecida no mundo inteiro. A música “Astor” é uma manifestação de carinho e agradecimento por tudo o que aprendi com a música de Piazzolla”, explica Oscar. 

Não é a primeira vez que Oscar homenageia Piazzolla. Em 1999, o acordeonista gaúcho disponibilizou o álbum “Libertango”, no qual reinterpreta temas do Piazzolla com o consentimento da própria família do argentino. Conforme reforça o acordeonista gaúcho, Piazzolla promoveu uma profunda revolução no tango argentino, sua obra está impregnada de elementos de jazz e música clássica. Ele consegue conciliar emoção e razão em suas composições, tornando sua música muito particular. Autor de clássicos como ‘Adios Nonino’, ‘Libertango’, ‘Oblivion’, ‘Concierto para Bandoneon y Orquesta e ‘Balada para un Loco’, Piazzolla integra a galeria dos  maiores compositores da história da música. Parafraseando Ernesto Sabato: ‘A música de Piazzolla tem o nariz e os olhos de seu avô, o tango, o resto é dele’, pontua Oscar. “Estamos homenageando alguém que por décadas nos homenageou com suas magníficas criações”, complementa. 

Além  de Oscar (acordeon e bayan), o tema conta com Rodrigo Maciel (violino), Daniel Seimetz (piano), Rafael Diniz (guitarra), Tiago Andreola (contrabaixo) e Cristiano Tedesco (bateria). A direção e montagem do vídeo são de Rafael Roso Berlezi, com direção de arte assinada por Janaína Falcão. A realização é da EXP Transmídia.

Sobre Oscar dos Reis:

Oscar dos Reis é considerado um dos mais importantes acordeonistas da atualidade no mundo. Nascido em 1960, em Sertão Santana (RS), iniciou seus estudos de música com o maestro Antonio Carlos Cunha. Depois, aperfeiçoou-se em Moscou (Rússia), onde estudou na academia Gnéssis, nas classes dos professores Wiatcheslav Semionov e Friedrich Lips. Na Itália, teve aulas com o professor ucraniano Wlademir Zubitsky. Realizou o curso de “Atualização Pedagógica”, ministrado pelo professor Friedrich Lips, no Centro Internacional de Estudos do Acordeon, em Hondarribna (Espanha). Participou, ainda, de seminário com os professores Joseph Macerollo e Mogens Elegard, sobre “Literatura Acordeonística Scandinava e Norte Americana”, em Castefidardo (Itália). 

Tem se apresentado no Brasil, Argentina, Uruguai e Chile, interpretando compositores como Radamés Gnatalli, Astor Piazzolla, Semionov, Zolotariow e outros. Atuou com orquestras da UNESP – SP (maestro Carlos Kaminsky), da UCS – RS (maestro Manfred Schimitd), e da OCBLU – SC (maestrina Claudia Feres). Como professor, vem realizando importante trabalho de difusão do acordeon como instrumento de concerto, estimulando jovens instrumentistas no sul do Brasil e Argentina. 

Seu interesse pela evolução do acordeon o levou a percorrer países como França, Espanha, Rússia e Itália, participando de seminários, festivais e estabelecendo contato com os mais importantes concertistas de acordeon/bayan da atualidade. Sua versatilidade como solista lhe permite transitar com facilidade desde o folclore até os mais importantes compositores. Foi o pioneiro na difusão do bayan, versão russa do acordeon. Sua discografia inclui os CDs “Libertango” (1999),  “Suíte Poteña” (2002) e “Folklore” (2008).
 


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Edição: Katia Marko