Rio Grande do Sul

IMUNIZAÇÃO

Rio Grande do Sul não vai exigir prescrição médica para vacinar crianças contra a covid-19

Anúncio foi feito nesta segunda-feira (27) e vai na contramão do que recomenda o Ministério da Saúde

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Segundo a SES, a decisão foi tomada após diversas oitivas com entidades de classe e sociedades de profissionais, comitê científico e equipe técnica da Secretaria - Divulgação

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) informou, nesta segunda-feira (27), que não vai exigir prescrição médica para a imunização de crianças de 5 a 11 anos que forem levadas pelos pais ou responsáveis aos pontos de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul. O entendimento vai contra a recomendação do Ministério da Saúde, publicada em 24 de dezembro, que afirma que a imunização desta faixa etária será realizada com autorização dos pais e apresentação da prescrição.

A decisão foi pactuada pelos integrantes da Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e segue a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) relativa ao uso da vacina da Pfizer para imunização de crianças. Segundo a SES, a decisão foi tomada após diversas oitivas com entidades de classe e sociedades de profissionais, comitê científico e equipe técnica da Secretaria.

Para a aplicação do imunizante, será exigido um documento de identificação oficial da criança para fins de registro. Todos os pontos de vacinação deverão observar os grupos etários e o esquema vacinal aplicável no momento da administração. A SES estima que o público entre 5 e 11 anos no Estado seja de 964.273 pessoas.

A secretária da Saúde, Arita Bergmann, avaliou como positiva a decisão. “A vacinação deste público é proteção para o retorno às aulas no próximo ano”, ressaltou. Ela reforçou que a vacina é segura e que evidências científicas comprovam a importância da imunização nesta faixa etária. Conforme Arita, haverá um grande trabalho de organização e capacitação e também de informação aos familiares.

O Brasil ainda não tem doses da vacina contra a covid-19 destinada a crianças entre 5 e 11 anos. A fim de não ocorrerem erros, o frasco é apresentado em formatação diferente (tampa e rótulo laranja) dos imunizantes aplicados nos demais públicos, pois a dosagem é distinta.

Ministério da Saúde afirma que vacinação de crianças pode iniciar em janeiro

Também nesta segunda-feira (27), o Ministério da Saúde (MS) lançou nota à imprensa informando que a imunização de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 pode ter início em janeiro. A pasta afirmou que sua recomendação é pela inclusão do grupo na lista do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO).

A manifestação do MS surge em meio a uma série de manifestações negacionistas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados sobre a segurança da vacina para o grupo dos pequenos. O chefe do Executivo disse, nesta segunda (27), que a filha mais nova, Laura, não receberá o imunizante.

Apesar disso, no último dia 19, a secretária de Enfrentamento à Covid, Rosana Leite Melo, encaminhou uma nota técnica ao Supremo Tribunal Federal (STF) dizendo que a imunização para crianças nessa idade seria considerada segura.

O posicionamento está em sintonia com manifestações feitas por especialistas da área da saúde. A Associação Médica Brasileira (AMB), por exemplo, divulgou nota na segunda (27) afirmando ser “integralmente a favor da” iniciativa.

A instituição disse que a autorização da imunização para essas idades segue “o mesmo rigor e normas de eficácia e segurança das demais faixas etárias” e que “atende de forma plena aos critérios exigidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.

A AMB destaca, por exemplo, que o Brasil registrou cerca de 300 óbitos de crianças com idade entre 5 e 11 anos desde o início da pandemia, o que dá uma média de 150 ao ano. “Novas mortes são absolutamente evitáveis e temos a obrigação de trabalhar nesse sentido”, conclama a instituição.

Outras entidades médicas também já oficializaram apoio à vacinação contra a covid em crianças. É o caso das Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP), Imunizações (SBIm) e de Infectologia (SBI).


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Edição: Marcelo Ferreira