Rio Grande do Sul

Ano novo

Olá, 2022! É o ano em que vamos brigar por mudança, democracia e respeito

Está iniciando um ano em que tudo pode ser diferente. O que espera para o Rio Grande do Sul e o Brasil em 2022?

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O ano de 2022 será de luta por mudanças - Foto: Jorge Leão

Após um ano duríssimo para o Brasil, o Brasil de Fato RS perguntou a várias pessoas das mais diversas áreas o que mais lhe impactou em 2021 e o que esperar para 2022. A seguir, confira o que responderam os entrevistados frente à pergunta: “O que espera para o Rio Grande e o Brasil em 2022?”.

:: Veja também o que os entrevistados disseram sobre 2021 ::

D. Silvio Guterres

Bispo de Vacaria/RS

“Que a democracia consiga resistir a esses constantes ataques a ela desferidos nos últimos tempos. Que as pessoas que tem se acordado, continuem bem espertas em relação a esse processo e tenham força e o discernimento correto para desenvolver processos de fortalecimento da democracia”.


Nei Lisboa

Músico

“Que ela floresça na direção da criatividade, da liberdade, da diversidade e da alegria que o povo brasileiro preza desde sempre. Para isso é preciso, antes de mais nada, retirar do poder o fascismo fardado, através de uma coalizão de forças verdadeiramente comprometida com as pautas de justiça social”.


Amarildo Cenci

Presidente da CUT/RS

“Espero que possamos fazer um trabalho de conscientização da população brasileira. Nos convencermos de que juntos, unidos, podemos recuperar o Brasil e o Rio Grande para a valorização do trabalho e de direitos. Todos os movimentos sociais, sindicais, igrejas progressistas, todos os que estão dispostos a construir esse país, devem estar juntos. É o processo democrático que eu tanto desejo”.


Odirlei Fidélis

Cacique kaingang da aldeia Vãn Ka, de Porto Alegre

“União, para que possamos sobreviver diante das ameaças dos nossos direitos”.


André Benites

Cacique guarani da aldeia Tekoá Ka Aguy Porã, de Maquiné (RS)

“Nós, Mbyá Guarani, esperamos que no próximo ano nossa nação seja respeitada. Porque nós temos direito dentro da Constituição Federal, nossa autonomia. Vivemos como a gente entende e precisamos que isso seja respeitado para manter nossa cultura, preservando a natureza e o modo de ser guarani”.


Mauri Cruz

Advogado, membro do conselho internacional do Forum Social Mundial

“2022 será um ano marcante, não só para o Brasil como para o mundo. A disputa eleitoral resultará numa vitória estratégica para um dos blocos globais: centro esquerda ou extrema direita. Todas as pautas de defesa dos direitos e dos bens comuns estarão em disputa em 2022. O desafio da centro esquerda é não comprometer o projeto, tentando ganhar as eleições a qualquer custo”.


Télia Negrão

Jornalista, integrante do Levante Feminista contra o Feminicídio

“Embora espere que sejam reduzidas as barreiras das desigualdades sociais, tenho consciência de que isso passa pelo fim do governo Bolsonaro e a eleição de um novo projeto político, democrático e socialmente justo, em que as mulheres sejam mais protagonistas”.


Sílvio Tendler

Cineasta

“Eu sou um incorrigível otimista. Neste ano que está findando, fui curador do Festival de Brasília e o número dos filmes que se apresentou para competir foi enorme. Apesar da pandemia e do pandemônio provocado pelo governo necrófilo, os cineastas continuaram trabalhando. Então, para 2022, eu espero força, coragem e fé. Continuar trabalhando. É isso”.


Iya Vera Soares 

Babalorixá

“A conscientização de que o poder da mudança poderá estar em nossas mãos em 2022. E pensar que só nós povo, sociedade civil organizada, família trabalhadora, podem mudar através da sua consciência e tirar aquilo que é perpétuo dentro da política e da instituição brasileira”.


Anita Prestes

Historiadora

“Penso que, enquanto não existirem forças populares organizadas, mobilizadas e conscientes da necessidade de lutar resolutamente pelos legítimos interesses dos trabalhadores, continuaremos reféns das jogadas políticas das classes dominantes”.


Fernando Pigatto

Presidente do Conselho Nacional de Saúde

“Esperamos e lutamos para que a democracia seja restabelecida no nosso país a partir do processo eleitoral de 2022. Depois do golpe de 2016, só tivemos ameaças para a democracia. Tanto em nível nacional como aqui no estado. Sabemos que o governo estadual, assim como o federal, retiram direitos e precisamos reestabelecer direitos para o povo”.


Roseli Pereira Dias

Assessora da Cáritas

“Espero, ansiosamente que, no próximo ano, a população brasileira use a razão e dê um basta nestes governos que estão, através de suas políticas de descaso com os problemas reais da população, causando tanta dor e morte. Basta ao negacionismo, às privatizações, às invasões de terras indígenas, às queimadas na Amazônia. Eu tenho esperança em 2022”.


Cedenir Oliveira

Coordenação estadual do MST

“A luta pela reforma agrária não está desconectada da luta geral da classe trabalhadora. Não tivemos mais nenhuma área de assentamento demarcada. As políticas públicas que dialogavam com o tema da reforma agrária foram acabadas. A luta pela reforma agrária em 2022 vai estar nessa mesma perspectiva de luta política. A reforma se coloca como contraponto a esse modelo do agronegócio, sobretudo no tema mais delicado que temos sofrido, que é o tema da fome”.


Célio Golin

Militante do Nuances - Grupo pela Livre Expressão Sexual

“A comunidade LGBTQIA+ precisa conectar cada vez mais sua luta contra quem prega as políticas neoliberais que vêm se impondo por governos de direita. Defender um estado democrático contra o estado mínimo. Nossas pautas terão mais respostas com um estado que inclua a todes num processo de cidadania pleno”.


Alice Martins

Indígena em contexto urbano, coordenadora do Centro de Referência Indígena-Afro/RS

“Nós somos povos milenares. Vivemos em resistência desde a invasão dos conquistadores. Se não seguirmos em luta morreremos. O estado do RS é o mais racista e segregador. Exigimos respeito com nossos corpos e territórios pois somos originários filhos desta terra que pra nós é Mãe”.


Juremir Machado da Silva

Jornalista e escritor

“Espero um 2022 de pluralismo, informação de qualidade, liberdade de expressão por toda parte, liberdade de opinião, muito debate e principalmente argumento e contra-argumento, ou seja, triunfo do contraditório, pois é do confronto de ideias que surge a compreensão complexa do mundo”.


Jorge Branco

Sociólogo

“Que a gente acorde desse pesadelo e retome o caminho do desenvolvimento, da distribuição de renda e da igualdade. E descubra como isto está vinculado à democracia e à participação das pessoas. Que a gente volte a crescer e que o Rio Grande siga na mesma esteira e não erre mais, optando por governos medíocres e mais preocupados em vender o patrimônio público do que fazer o estado crescer”.


Alcides Miranda

Médico, professor de saúde coletiva na UFRGS.

“Ao longo dos dois últimos anos, o Rio Grande do Sul obteve os piores resultados de incidência e de mortalidade por covid do que a média brasileira. Para 2022, espero o enfrentamento da indiferença sistêmica e da necropolítica em curso, com melhor responsabilidade governamental e maior compromisso com a vida”.


Leonardo Melgarejo

Ambientalista, membro do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos


Leonardo Melgarejo / Arquivo pessoal

“Precisamos despertar. Agir tendo em conta indicadores de degradação que afetam todos os metabolismos vitais. A contaminação dos solos, das águas, das bases genéticas, dos valores éticos e morais, resulta de nossa apatia e nossa tolerância com os responsáveis. Hospitais de oncologia infantil lotados, e o governador promovendo o uso, aqui, de venenos que ampliam estes dramas. Um presidente que estimula ecocídios e genocídios, usando a mentira como estratégia de governo. Precisamos mudar isso. E entender que o "meio ambiente" envolve tudo isso. A saúde do planeta, dos ecossistemas, da sociedade e dos nossos familiares, é uma coisa só. E a responsabilidade é nossa.


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Edição: Ayrton Centeno