Rio de Janeiro

Investigação

No Rio, Polícia Federal prende pastor por crimes de racismo e ódio contra judeus

Tupirani da Hora Lores é conhecido por pregar em seus discursos o ódio contra negros, mulheres, gays e outras religiões

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Tupirani é pastor da igreja pentecostal Geração Jesus Cristo e já foi condenado por intolerância religiosa - Reprodução/TV Globo

Na manhã desta quinta-feira (24), a Policia Federal (PF) realizou uma operação na sede da igreja pentecostal Geração Jesus Cristo, no Rio de Janeiro, para deter o pastor Tupirani da Hora Lores. Ele foi preso preventivamente acusado pelos crimes de racismo e ódio contra judeus.

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O líder religioso é conhecido por divulgar suas pregações contra negros, mulheres, gays e outras religiões nas redes sociais. A operação foi coordenada pelo Grupo de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, pois os vídeos são publicados pelo próprio pastor na internet.

Em um culto de 2020, ele afirmou que os judeus “deveriam ser envergonhados como foram na 2ª Guerra Mundial”. Na mesma gravação, Tupirani também atacou religiões de matriz africanas.

Além de racismo e ameaça, Tupirani pode responder ainda pelos crimes de incitação e apologia ao crime. Caso seja condenado, a pena poderá ser de até 26 anos de prisão.

Histórico de crimes

Não é a primeira vez que o pastor é alvo de operações da PF por discursos de ódio. Em março do ano passado, uma denúncia resultou na busca e apreensão de materiais na igreja pentecostal Geração Jesus Cristo, após um vídeo em que Tupirani pedia o "massacre" de judeus.

Antes, em 2012, o pastor e um discípulo foram condenados pela 20ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) por difundir ideias de discriminação religiosa na internet.

A prisão desta quinta (24) é parte da Operação Rófesh, que em hebraico significa liberdade “fazendo alusão às recentes discussões sobre os limites da liberdade de expressão”, segundo a PF.

Edição: Clívia Mesquita