Rio de Janeiro

VIOLAÇÃO DE DIREITOS

Justiça do RJ manda arquivar inquérito contra jovem negro preso sem provas pela PM

Juíza também determinou exclusão das fotografias de Yago Correa de Souza do sistema das delegacias policiais

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Yago jacarezinho
Delegado admitiu que não havia provas contra jovem, mas disse que ele "estava na hora errada e no lugar errado" - Reprodução

A Justiça do Rio de Janeiro determinou que a polícia arquive a investigação contra Yago Correa de Souza, jovem de 21 anos preso injustamente quando saía de uma padaria, no Jacarezinho, na zona norte da capital fluminense no dia 6 de fevereiro. Yago estava em liberdade provisória, decidida em audiência de custódia, mas teria que cumprir medidas cautelares.

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Sem nenhuma prova, Yago, que saía da padaria onde havia ido comprar pão para um churrasco que ocorria na sua casa com vizinhos e familiares, foi abordado por policiais militares, acusado de tráfico de drogas e preso. Os PMs alegaram que ele estava próximo a um menor de idade que portava uma sacola com 150 gramas de maconha e 30 gramas de cocaína.

Após fazer o flagrante, a própria autoridade policial da 25ª DP recomendou a soltura do rapaz, uma vez que houve dúvida de que Yago fosse culpado da acusação de tráfico. Para o delegado, "Yago estaria no lugar errado e na hora errada".

Em conversa informal com os policiais, um menor que também foi apreendido pela PM não mencionou a sua ligação com Yago. Vizinhos e parentes prestaram depoimento em favor do acusado, contando que ele tinha à padaria. 

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A juíza Gisele Guida de Faria, da 38ª Vara Criminal, acolheu pedido do Ministério Público e determinou o arquivamento do inquérito policial contra Yago Correa de Souza, que foi preso no início de fevereiro pela Polícia Militar perto de uma padaria da comunidade do Jacarezinho. O rapaz .

Além do arquivamento acolhendo ao pedido do Ministério Público, a juíza Gisele Guida de Faria, da 38ª Vara Criminal, determinou o enviou do inquérito à Corregedoria da Polícia Militar e a exclusão das fotografias de Yago no sistema das delegacias policiais.

Edição: Eduardo Miranda