Rio Grande do Sul

Pandemia

Uso de máscara ao ar livre não será mais obrigatório em Porto Alegre 

Decisão foi anunciada nesta sexta-feira (11), mas especialistas salientam que a flexibilização precisa ser bem avaliada

Brasil de Fato | Porto Alegre |
O uso de máscaras em ambientes abertos públicos e privados não será mais obrigatório na Capital, mas seguem obrigatórias em locais fechados - Foto: Mauro Pimentel/ AFP

A Prefeitura de Porto Alegre anunciou nesta sexta-feira (11) que o uso de máscaras em ambientes abertos públicos e privados não será mais obrigatório na Capital. A decisão foi tomada em reunião do prefeito Sebastião Melo e o vice Ricardo Gomes com a equipe de governo após avaliação das contribuições de representantes de universidades, que foram ouvidas nesta quinta-feira (10).

O decreto municipal 21.413 foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) com os detalhes sobre a desobrigatoriedade. Contudo as máscaras seguem obrigatórias em locais fechados. Uma nova reunião será realizada na próxima sexta-feira (18), para avaliar o cenário epidemiológico e discutir novas flexibilizações.

A capital gaúcha tem 85% da população vacinável, maiores de 5 anos, com esquema vacinal completo, além de apresentar queda nos índices de contaminação e internação hospitalar. A medida também considerou a opinião de especialistas ouvidos na quinta-feira (10), em um debate técnico promovido pela prefeitura.

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), houve redução de casos confirmados pela sexta semana epidemiológica consecutiva, com níveis equivalentes a abril de 2021 e setembro de 2020. A região 10, composta por Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada, Gravataí, Viamão e Glorinha, apresenta a menor taxa de contaminação acumulada em sete dias, com 160 casos. A média do estado é de 300.

O secretário extraordinário de Enfrentamento a Covid-19, Cesar Sulzbach, ressalta a importância da vacinação e o uso de máscaras, mesmo em locais ao ar livre, para pessoas não imunizadas e imunocomprometidas.

Em encontro com a prefeitura, realizado nesta quinta-feira (10), especialistas salientam que a flexibilização do uso de máscaras precisa ser bem avaliada. 
 
Na avaliação da reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lucia Pellanda, a queda nos indicadores é uma boa notícia e acredita que é possível flexibilizar o uso de máscaras em locais abertos. Contudo, ela chama atenção para as pessoas não vacinadas e que façam o uso de medicações imunossupressoras, assim como casos de aglomerações (mesmo ao ar livre) e outras situações de muita proximidade pessoal. Nesses casos, aponta Lucia, são situações em que se deve manter a proteção. “É super importante dizer que, se deixar de ser obrigatória, não quer dizer deixar de ser recomendada.” Em locais fechados, a reitora frisa que as máscaras são importantes para evitar os surtos. 

Para o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Alexandre Zavascki, a retirada da obrigatoriedade da máscara em locais ao ar livre deve ser avaliada e só depois avançar em outras flexibilizações, como ambientes fechados.

Conforme destacou o professor Fernando Rosado Spilki, da Feevale, o atual momento da pandemia se deve à vacinação. Em Porto Alegre, 95,4% da população acima de 5 anos recebeu, pelo menos, a primeira dose, conforme o Vacinômetro. “Ambientes em espaços abertos e sem aglomeração será um alento. Por outro lado, é preciso educar as pessoas sobre a necessidade de uso para a parcela que necessita de mais cuidados. A liberação em ambientes fechados deve ser olhado com muita cautela”, ressaltou

Também participaram da reunião o médico do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Fabiano Ramos, o médico e pró-reitor de Inovação da UFRGS, Geraldo Jotz, entre outras pessoas.


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Edição: Katia Marko