Rio Grande do Sul

Mobilização

Em Porto Alegre, servidores das três esferas saem às ruas exigindo reposição salarial

Manifestação aconteceu na manhã desta quarta-feira (16), Dia Nacional de Mobilização e Paralisação

Brasil de Fato | Porto Alegre |
As entidades representativas dos servidores anunciaram que o dia 22 de março será a próxima data de luta e mobilização em defesa dos serviços públicos - Foto: Carolina Lima / CUT-RS

No Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, 16 de março, centenas de servidoras e servidores públicos das três esferas tomaram as ruas de Porto Alegre, defendendo recomposição emergencial de 19,99% referentes à inflação acumulada no governo Bolsonaro. O ato foi organizado pela Frente dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (FSP-RS). Uma nova manifestação está marcada para a próxima terça-feira (22).  

Munidos de faixas e cartazes e com carro de som, os manifestantes percorreram as ruas do centro da capital gaúcha. Durante o trajeto que partiu da frente da antiga sede do Banco Central, na Avenida Alberto Bins, dirigentes sindicais explicaram para a população os motivos que levaram o funcionalismo a se mobilizar. A marcha foi até a Praça da Matriz, onde foi promovido um protesto diante do Palácio Piratini.

“Estamos mais uma vez nas ruas, contra estes governos nefastos de Bolsonaro, Eduardo Leite e Sebastião Melo, que destroem, sucateiam e privatizam o serviço público. A nossa luta contra a PEC 32 é em defesa do serviço público”, ressaltou a secretária de Meio Ambiente da CUT-RS, e secretária-geral do Sindiserf/RS, Eleandra Koch.  

Em sua manifestação a dirigente frisou o intento do governo em acabar com as carreiras do servidor público, tendo como objetivo o sucateamento e a privatização dos serviços. “A população e os municípios têm dito não à privatização. Vejam o que está acontecendo com a privatização da CEEE. Comunidades ficaram dias e dias sem luz, teve um aumento abusivo do preço e muita precarização. O governo Leite quer acabar com o serviço público”, denunciou Eleandra, destacando também a pressão contra o arrocho salarial. 

“Lutamos também em defesa da reposição dos nossos salários que estão congelados desde 2019 e já acumulam uma perda de mais de 19%. E nós seguimos na luta, unificados, contra a PEC 32, que não é uma reforma, é o fim do serviço público. É a entrega da prestação de serviço para o mercado. Estamos dialogando com a população porque temos certeza que achatar nossos salários e desestruturar as nossas carreiras é um passo muito importante para acabar com o serviço público”, expôs a dirigente. 

Por sua vez o diretor da CUT-RS e diretor do Sintrajufe-RS, Marcelo Carlini, salientou que “a mobilização engrossa a luta para colocarmos fim ao governo Bolsonaro. Esse é o único caminho para tirar o país do buraco que o Bolsonaro e a sua política nos colocaram”.

Conforme apontou o diretor, são 43 milhões de pessoas sem carteira assinada. “É isso que Bolsonaro quer fazer com o serviço público: privatizar a universidade, o ensino técnico, acabar com a Justiça “para meia dúzia enriquecer ainda mais”, afirmou. 

Carlini também denunciou a ameaça de extinção de nove varas trabalhistas no interior gaúcho. “Estão fechando varas trabalhistas e vão querer fechar toda a Justiça do Trabalho” para impedir o acesso dos trabalhadores e das trabalhadoras na busca por seus direitos.

“A luta dos servidores se liga à luta de todo o povo trabalhador, que é de poder trabalhar, educar seus filhos. E não vai ter futuro melhor enquanto esses governos, o Leite, o Melo, o Bolsonaro, seguirem governando contra o povo. Portanto, é preciso botar fim nesses governos. Também estamos nas ruas para exigir salário e melhores condições de vida para o povo brasileiro.”

Na avaliação do secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, está destruindo o serviço público no Brasil. “Temos uma população que precisa cada vez mais de serviço público de qualidade. Vimos o papel essencial do SUS no enfrentamento à pandemia, no combate à covid-19. Essa gente que está no poder só pensa em reduzir custos, transferindo o serviço público para a iniciativa privada.”

Os servidores estaduais tentaram marcar uma agenda com o governador Eduardo Leite (PSDB). Sem retorno, eles entregaram uma pauta de reivindicações à secretária da Casa Civil do Palácio Piratini. Os trabalhadores estão sem reajuste há sete anos com uma perda de mais de 50% nos salários.

As entidades representativas dos servidores anunciaram que o dia 22 de março será a próxima data de luta e mobilização em defesa dos serviços públicos.

*Com informações da CUT-RS  e Sintrajufe-RS


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Edição: Katia Marko