Rio Grande do Sul

Eleições 2022

Luiz Carlos Heinze não abre mão de candidatura ao governo do estado

Senador afirmou que são fake news os boatos de que ele iria para o Ministério da Agricultura e cederia o espaço a Ônix

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Defensor do chamado "kit covid", Heinze divulgou de forma reiterada na CPI tratamentos ineficazes - Pedro França/ Agência Senado

Candidato ao governo do Rio Grande do Sul, o senador Luiz Carlos Heinze (PP) irritou-se com os boatos recorrentes de que abriria mão de sua candidatura para apoiar o candidato do DEM deputado federal Ônyx Lorenzoni. “São fake News”, disse ele à colunista Rosane de Oliveira, do jornal Zero Hora. O boato dizia que ele iria para o Ministério da Agricultura e cederia o espaço a Ônix. “Se quisesse ser ministro da Agricultura teria sido no início do governo e não agora, nos estertores.”

Na sexta-feira (18), ele anunciou a vereadora Tanise Sabino (PTB) como sua vice. Para a vaga de senador, Heinze espera ter o vice-presidente Hamilton Mourão, que se filiou ao Republicanos, mas evita revelar sua preferência. Mourão antecipou que tem esperança de ver unificadas as candidaturas de Heinze e do ministro do Trabalho, Ônyx Lorenzoni (PL), os dois palanques do presidente Jair Bolsonaro no Rio Grande do Sul. Heinze não aceita esta situação.

Senador recebeu o apelido de "tio Cloroquina" na CPI da Covid

O senador tornou-se conhecido nacionalmente como “tio Cloroquina”, durante sua participação na CPI da Pandemia durante o ano de 2021. Era ironizado quase que diariamente pelos repórteres da “GloboNews” pelas suas posições em defesa do negacionismo do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros da Saúde.

Seu nome foi indicado para o governo gaúcho ainda no início de 2021 pelo Diretório Estadual do PP. Sua base eleitoral são os latifundiários do agronegócio onde obteve o maior apoio em sua campanha para o Senado da República.

Luiz Carlos Heinze é natural de Candelária, na região central do Rio Grande do Sul, mas iniciou sua carreira política em São Borja, onde também começou sua carreira profissional de engenheiro agrônomo. Foi prefeito por dois mandatos e de lá lançou-se a deputado federal e foi eleito por cinco mandatos consecutivos. Só saio para assumir como senador em 2019.

"Quilombolas, índios, gays, lésbicas são tudo que não presta"

Conforme o site Wikipédia, em uma audiência pública realizada no município de Vicente Dutra, em novembro de 2013, Heinze afirmou que "quilombolas, índios, gays, lésbicas" são "tudo que não presta". Em fevereiro do ano seguinte, após a divulgação de um vídeo contendo as declarações do deputado, ele afirmou que mantém o que disse. Além disso, aconselhou os produtores rurais a contratarem seguranças privados, mesmo que isso acarretasse derramamento de sangue.

Em 7 de dezembro do mesmo ano, durante o Leilão da Resistência, em Campo Grande, promovido para arrecadar dinheiro para a formação de milícias privadas contra indígenas, Heinze voltou a fazer declarações do mesmo gênero. O deputado afirmou que o ministro Gilberto Carvalho "aninha no seu gabinete índios, negros, sem-terra, gays, lésbicas". Posteriormente, o ruralista disse que "excedeu" em um "momento de discurso".

Foi alvo de inquérito aberto com a Operação Lava Jato da Polícia Federal, que investiga esquema de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro com recursos desviados da Petrobras. No dia 6 de março de 2015, Heinze foi apontado, junto de outros 22 deputados federais e 12 senadores, como suspeito de envolvimento nos desvios de dinheiro. A lista de políticos suspeitos de envolvimento foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após pedido de abertura de inquérito pela Procuradoria-Geral da República. Na delação premiada o doleiro Alberto Youssef afirmou que achava que o deputado Heinze participava do esquema de corrupção.


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Edição: Katia Marko