Rio de Janeiro

GREVE

Cerca de 20 mil trabalhadores da CSN paralisam atividades por reajuste salarial no RJ e em MG

Trabalhadores afirmam que salários estão defasados apesar de siderúrgica ter aumentado lucro de 2021 em 217%

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
CSN greve
Trabalhadores da CSN querem reajuste e afirmam que defasagem salarial chega a 25% - Divulgação

Cerca de 20 mil trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) entraram nesta sexta-feira (8) no terceiro dia de greve por reajustes salariais. As paralisações ocorrem no terminal de carvão do Porto de Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro, na siderúrgica, em Volta Redonda (RJ), já no quarto dia de greve, e na mineração em Congonhas (MG), há oito dias paralisada.

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A greve simultânea em três cidades tem o objetivo de pressionar a empresa a iniciar uma negociação de reajuste de salário, que não tem ocorrido nos últimos anos. Segundo o presidente do Sindicato dos Portuários do Rio de Janeiro, Sergio Giannetto, o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, tem como prática protelar a negociação de Acordo como estratégia para evitar a reposição das perdas salariais.

"Ele sempre deixa a corda esticar e depois oferece abono como cala boca. Não vamos mais aceitar essa situação. Queremos um Acordo Coletivo de Trabalho digno, que não seja atrelado a nenhum abono", explicou Giannetto. 

Neste ano, o Sindicato dos Portuários do Rio se antecipou e apresentou uma proposta de Acordo em fevereiro. Agora, um mês e meio depois, a CSN convocou uma reunião para dizer que ainda vai enviar a proposta para avaliação da diretoria. "Um total descaso com o trabalhador", lamenta Giannetto.

Já o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos (Metabase), Rafael Duda, explica que a CSN desmarcou a reunião para negociação do Acordo, que aconteceria no último dia 5, demonstrando claramente que Benjamin Steinbruch não quer negociar.

"Ele quer amedrontar e intimidar os trabalhadores para impor condições de reajuste sem debater com a categoria", afirma Duda. 

Os trabalhadores alegam que a CSN aumentou seu lucro em 217%, apenas no ano de 2021, que os acionistas lucram bilhões e a categoria precisa entrar em greve para tentar ser ouvida.

"É o nosso trabalho que faz Benjamin ganhar muito dinheiro. Enquanto isso estamos aqui, sem reajuste digno e com salário de R$ 1.600. Precisamos lutar por condições melhores", afirma um dos trabalhadores que aderiram à greve. 

Os trabalhadores querem reajuste de salários e benefícios, pelo menos, com o índice do INPC acumulado da data-base da categoria, que tem previsão de alcançar 12%. Ao ser levado em consideração os anos passados, em que a CSN não fez os reajustes adequadamente, a defasagem salarial chega a 25%, argumentam os grevistas.

Edição: Eduardo Miranda