Paraná

Alerta

Casos de covid-19 continuam subindo no Paraná; governo não irá alterar medidas

Coordenador de Comitê de Enfrentamento à Covid defende uso de máscara e quarta dose para maiores de 40 anos

Curitiba (PR) |
Boletim desta terça (17) mostra aumento de 105,1% no número de confirmações, em comparação a 14 dias atrás - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os boletins divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde do Paraná (Sesa-PR) demonstram que o número de contágio pelo coronavírus vem aumentando consideravelmente nos últimos dias, alterando a média móvel.

Há duas semanas, a média móvel de novos casos de covid-19 era de 787 por dia, representando aumento de 13,9% em relação aos 14 dias anteriores. No boletim desta terça feira (17) foram registrados 1.565 casos confirmados, sendo já um acréscimo de 105,1% em relação a 14 dias atrás. Apesar do aumento de casos, a Sesa diz que continuará se pautando pelos dados de óbitos e internações e, por isso, o governo não pretende recuar nas medidas já flexibilizadas.

Em Curitiba, de segunda-feira (16) para terça-feira (17), os casos passaram de 7.614 para 8.531 confirmados. Apesar de a média móvel apresentar, na capital do estado e em outras cidades, aumento significativo, o número de óbitos e internações se mantêm em queda.

Em nota a Sesa, disse que a vacinação é a medida mais eficaz para conter o aumento de casos e evitar óbitos.

“A pasta reforça a necessidade de vacinação ainda dentro das outras etapas, como por exemplo, a segunda dose (1,3 milhão de faltosos) e dose de reforço (4,3 milhões). Lembrando que a vacinação diminui o risco de agravamento da doença, que leva a internamentos e pode se agravar para óbito. O Paraná registrou em abril o menor número de óbitos pela Covid-19 em dois anos, perdendo apenas para março de 2020 (primeiro mês da pandemia), além disso, o número de internamentos também segue em queda, confirmando que as vacinas são seguras e protegem”, afirma a pasta.

Quarta dose para maiores de 40 anos

Para o Coordenador do Comitê de Enfrentamento à Covid da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor Emanuel Maltempi,  a alta de casos era esperada, principalmente devido ao inverno.

“Nessa época, temos aumento grande de casos de doenças respiratórias. Como covid-19 é uma doença respiratória, haverá aumento de casos. Eu acho que o pico deve ser em junho ou julho, mas deve perdurar um alto número de casos até agosto", diz.

O professor explica que a eficácia da imunização se reflete no controle do número de mortes e internações. "Se a imunidade conferida pela vacina for alta até lá, deveremos ver aumento de número de casos, mas número de mortes, embora mais alto, não explodirá. No entanto, qualquer morte evitável deveria ser inaceitável. Em minha opinião, a 4ª dose deveria ser ofertada para aqueles acima de 40 anos, independente de comorbidade e se incentivar fortemente vacinação das crianças”, defende.

Maltempi também defende que o uso de máscara deva continuar até, pelo menos, o mês de agosto. “Sem dúvida máscaras em lugares fechados deveria ainda ser obrigatória, pelo menos até o final do inverno,” diz.

Os dados acumulados do monitoramento da covid-19 mostram que o Paraná soma 2.485.106 casos confirmados e 42.967 mortos pela doença.

Edição: Lia Bianchini