Rio de Janeiro

RECONHECIMENTO

Patrimônio Cultural, batata frita de Marechal Hermes é referência do subúrbio carioca

Dono do estabelecimento inaugurou o local há mais de 30 anos e atualmente chega a vender 1 tonelada das porções

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Diariamente no local centenas de pessoas fazem fila para comer o famoso petisco - Jéssica Rodrigues

O Rio de Janeiro é repleto de lugares históricos em todas as suas regiões. O subúrbio carioca não é diferente, bem em frente à estação de trem Marechal Hermes, bairro da zona Norte, fica localizado o mais novo patrimônio cultural material do estado do Rio: a tradicional batata frita de Marechal. 

Diariamente no local centenas de pessoas fazem fila para comer o famoso petisco, mas o estabelecimento é muito mais do que um lugar que vende batata frita, ele é marca registrada do Rio de Janeiro. 

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A decisão de conceder o título ao local foi publicada no Diário Oficial do estado na última segunda-feira (23). O dono do estabelecimento, o comerciante Ademar Moreir  inaugurou a batata frita de Marechal há mais de 30 anos e fez dela referência do subúrbio cariocas com porções mais do que generosas - que somam até 3 kg, com direito a bacon, calabresa e frango à passarinho. 

Ademar é morador de Marechal Hermes e diz que sente orgulho quando o subúrbio do Rio é reconhecido. Ele conta em entrevista ao programa Central do Brasil, uma parceria do Brasil de Fato com a rede TVT, que antes de abrir o estabelecimento vendia frutas no trem, mas decidiu que queria ter um negócio próprio. 

“Eu comecei vendendo uns 5 kg de batata por dia, no máximo, hoje em dia eu vendo 1 tonelada, tudo isso porque meus clientes não são só meus clientes, são meus amigos”, explica o comerciante. 

Para Ademar, ver seu negócio receber o título de patrimônio cultural material do estado do Rio é como ser reconhecido por um trabalho de quase uma vida inteira, não só seu, mas também de seus funcionários. 

“Aqui a gente trabalha honestamente todos os dias e nossos fregueses nos apoiam muito. Vem gente de São Paulo, Paraná, de vários estados comer. Eles chegam aqui no Rio a referência deles é aqui na batata”, conta. 

O comerciante acredita que seu estabelecimento consegue mostrar para as pessoas que o Rio de Janeiro é muito mais que a zona Sul e que o subúrbio é um ótimo lugar para passear e viver. 

“As pessoas vêm aqui porque elas gostam, eu tenho clientes há mais de 28 anos que moram longe e vem aqui. Ver a zona Norte ser divulgada é muito bom”, diz Ademar. 

Alimentos mais caros

Durante a pandemia o estabelecimento passou por problemas financeiros. Ademar teve que fechar as portas para respeitar o isolamento social e acabou ficando sem renda, mas fez questão de não aumentar os preços das porções de batata frita quando reabriu. 

Segundo Ademar, o aumento do preço do óleo de cozinha dificultou seu trabalho, já que ele utiliza muitos litros por dia para fritar as batatas. Para contornar o problema, ele optou por manter preços fixos para conseguir lucrar na quantidade vendida. 

“Eu não posso ficar aumentando o preço [das porções] todo dia porque eu tenho clientes fixos, não seria justo com eles, mas como meu preço é razoável as pessoas compram mais e é nisso que eu consigo me manter. Eu tenho que manter um bom preço para todo mundo conseguir comprar”, finaliza. 

A barraca fica na Rua João Vicente, 1543, em Marechal Hermes. O estabelecimento funciona todos os dias à partir das 16h. 

Edição: Mariana Pitasse