Rio Grande do Sul

Educação

Filme Abraço será exibido nesta quarta-feira (8) no Campus Alvorada do Instituto Federal do RS 

Exibição seguida de debate com diretor do filme, DF Fiuza, faz parte da programação da greve dos servidores do IFRS

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Cena de Abraço, filme que retrata a trajetória de luta de uma professora - Foto: Divulgação

“Ana Rosa, por que você não faz como a maioria das mulheres? Por que não fica em casa, cuidando do seu marido, dos seus filhos, da sua casa?” A indagação faz parte de um diálogo de duas personagens do filme Abraço, que será exibido nesta quarta-feira (8), às 14h, no Campus de Alvorada do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). O filme retrata a luta travada por professores sergipanos, em 2018, para não perderem seus direitos conquistados, e a exibição faz parte da programação de greve do IFRS, iniciada há cerca de duas semanas. Após o filme, será realizado um debate com o cineasta e diretor DF Fiuza.

Conforme explica a docente do IFRS Campus Viamão, Milena Silvester Quadros, a greve, assim como no filme Abraço, tem como objetivo chamar a atenção para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras da educação, que entre as pautas reivindicam o reajuste salarial, uma pauta unificada dos servidores federais em nível nacional de várias categorias.

“Além disso reivindicamos uma demanda por uma política pública na educação, por retomada de políticas públicas de investimento na educação. Também contra a Emenda Constitucional 95 que estabelece o teto de gastos no serviço público, o que afeta muito a oferta de serviço público para a população, especialmente a mais vulnerável”, destaca a professora. 

Milena explica que a escolha do filme se deu justamente por apresentar a situação da greve e da dificuldade de mobilização neste momento. “Não só de mobilização dos próprios colegas que muitas vezes não se veem capacitados, com coragem ou não envolvidos suficientemente com as pautas que o sindicato levanta e debate”, pontua, ressaltando outro ponto do filme, que é retratar como a sociedade enxerga os professores, enquanto servidores públicos, realizando uma greve. 

“O filme nos leva muito a refletir sobre as dificuldades que a gente tem e sobre a mudança no cenário das relações trabalhistas, de como a flexibilização dessas relações precarizam os vínculos, de modo a prejudicar cada vez mais essa ferramenta que nos é dada como uma barganha para obter os nossos direitos”, afirma Milena.

Ela diz ainda que é importante sempre fazer a reflexão sobre a importância da greve enquanto ferramenta de luta por direitos. Destaca que o filme Abraço traz isso: "a contextualização do trabalho, o que significa o trabalho na sociedade, e as reformas trabalhistas de modo a colocar o trabalhador, a trabalhadora no lado cada vez mais frágil”.


Além da exibição haverá debate com o diretor DF Fiuza / Foto: Divulgação

Sobre o filme 

Ana Rosa vive o desafio de ser mãe, mulher, professora e dirigente sindical. Ela tenta conciliar as múltiplas tarefas da vida profissional e doméstica, mas a incompreensão de seu marido e a visão machista de sua própria mãe tornam a sua jornada ainda mais desafiadora.

“A gente sabe que esse espaço, o Sindicato, assim como todos os outros espaços hegemônicos, foi construído por homens e é hegemonizado por homens, ele é uma estrutura masculina e que reproduz machismo. O filme também traz isso de uma maneira bastante significativa. Esperamos trazer essa reflexão, da força que a gente tem enquanto mulher não de participar desses espaços de luta, mas sobretudo de modificá-los”, ressalta a professora do IFRS, frisando que a entidade também espera, com a apresentação do filme, mobilizar ainda mais a categoria e auxiliar na reflexão sobre seus direitos. 

Vencedor de um dos festivais de cinema mais importante do país, o Cine PE, com o prêmio “Melhor Filme” (Júri Popular), o longa-metragem Abraço, dirigido por DF Fiuza, é baseado em fatos reais e contou com a participação de mais de 500 figurantes e outros 80 atores locais, de Sergipe, desconhecidos do grande público.

A exibição do filme é uma atividade promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Docentes do IFRS (Sindoifrs), uma seção sindical do Andes.


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Edição: Marcelo Ferreira