Rio Grande do Sul

Direitos do Trabalho

Governador do RS terá reunião com centrais sindicais para discutir o salário mínimo regional

Audiência solicitada em fevereiro para debater o reajuste de 2022 ocorre nesta sexta-feira (10), no Palácio Piratini

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Centrais reivindicam 15,58% de reajuste, considerando a reposição de 10,60% referente à inflação de 2021 até janeiro deste ano - Reprodução

Está marcada para acontecer uma audiência do governador do estado, Ranolfo Vieira Jr. (PSDB), com representantes das centrais sindicais, para tratar sobre o reajuste do salário mínimo regional de 2022. A agenda foi requerida pelas centrais sindicais, com o objetivo de solicitar o envio de um projeto de lei, em regime de urgência, para a Assembleia Legislativa, com a proposta de reajuste.

Segundo informa a Central Única dos Trabalhadores do RS (CUT/RS), as centrais reivindicam 15,58% de reajuste, considerando a reposição de 10,60% referente à variação do INPC de 2021 até janeiro deste ano e a recuperação de 4,50% correspondente ao INPC de 2019, que não foi pago em 2020, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A reivindicação foi entregue pelas centrais em 15 de fevereiro, sendo recebida em mãos pelo então secretário do Trabalho, Emprego e Renda, Ronaldo Nogueira, e pelo secretário do Planejamento, Orçamento e Gestão, Cláudio Gastal. Também participou a presidente do Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Renda (Ceter), Maria Helena de Oliveira.

O presidente da CUT/RS, Amarildo Cenci, destacou que será a primeira reunião das centrais com o atual governo, o que representa um gesto importante para resolver o impasse acerca do reajuste do piso regional.

“Além de ouvir os representantes dos trabalhadores, esperamos que o governador atenda a nossa reivindicação, que visa tão somente repor as perdas com a inflação para cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas que recebem os menores salários no estado e sofrem com a carestia”, salientou Amarildo.

Em sentido semelhante, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB/RS), Guiomar Vidor, insistiu na importância de garantir o reajuste de 15,5%, devido ao aumento da inflação, e consequentemente, do custo de vida. Além disso, recordou que os preços da cesta básica sobem até duas vezes mais que a inflação oficial.

"O problema é que a fome não espera", salientou Guiomar, ao afirmar que os trabalhadores gaúchos dependem desse reajuste para recuperar parte da sua renda perdida para a escalada da inflação.

Por fim, o secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, lembrou que o RS é o único estado do Sul do Brasil que ainda não concedeu reajuste em 2022, além de ter o mais baixo piso regional. Segundo estudo do Dieese, o RS paga atualmente R$ 1.305,56 para a menor faixa salarial, enquanto o valor em Santa Catarina é de R$ 1.416,00 e no Paraná é de R$ 1.617,00.


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Edição: Marcelo Ferreira