Rio Grande do Sul

Falecimento

Dom Sinézio deixa legado na igreja junto às causas sociais, juventude e ecumenismo

Bispo emérito de Santa Cruz do Sul morreu na noite desta quinta-feira (9), em decorrência de complicações da pneumonia

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Dom Sinézio teve forte presença junto a movimentos sociais, pastorais sociais e organizações vinculadas às causas operárias e do campesinato - Foto: Divulgação/Rádio Santa Cruz

A diocese de Santa Cruz do Sul (RS) comunicou, na noite desta quinta-feira (9), o falecimento de seu bispo emérito, dom Aloísio Sinésio Bohn, aos 87 anos. De acordo com a diocese, o bispo morreu de pneumonia. Ele estava hospitalizado, nos últimos dias, com dificuldades respiratórias, chegou a receber alta, mas não resistiu e morreu. O corpo de dom Sinésio será sepultado na Catedral São João Batista, após a missa de corpo presente, na tarde desta sexta-feira (10).

Desde momentos depois da informação ter sido divulgada, dezenas de mensagens de pesar e condolências foram emitidas. Em especial por setores historicamente identificados com o trabalho de Dom Sinésio, como movimentos e pastorais sociais, organizações vinculadas às causas operárias e do campesinato, assim como aqueles e aquelas que acreditam e incentivam o diálogo inter-religioso.

A dirigente do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Roziele Ludke, de Paraíso do Sul (RS), relembrou a importância do trabalho de Dom Sinézio na sua passagem como referencial da Pastoral da Juventude do RS e no reconhecimento da importância do trabalho das mulheres camponesas com as plantas medicinais. “Foi um religioso muito a frente do seu tempo, envolvido com as causas sociais, buscando um modelo de desenvolvimento sustentável, que colocasse a vida no centro de tudo”.

A lembrança de Frei Sérgio Görgen também faz referência ao engajamento do bispo nas causas dos trabalhadores e trabalhadoras e na busca permanente por uma igreja que estivesse sempre aberta a acolher as lutas do povo: “Dom Sinésio, um grande ser humano, compreensivo, acolhedor, ecumênico, comprometido com os pobres, discípulo de Jesus”. Afirma ainda que fica, para além de uma história de lutas, um chamamento para que todos estejam dispostos e dar continuidade ao seu legado.

Nascido em Montenegro (RS), em 11 de setembro de 1934, dom Sinésio foi o segundo bispo de Santa Cruz do Sul e esteve à frente da diocese de 1986 até 2010. Desde que se tornou emérito residia na Casa de Amparo Fraterno, junto com um grupo de padres idosos da Diocese.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) emitiu nota manifestando pesar pelo falecimento de Dom Sinézio e enaltecendo seu trabalho como “bispo que percorreu o caminho da formação de novos sacerdotes, o trabalho com a juventude e as pastorais sociais, além da dedicação ao diálogo ecumênico”. Na CNBB, atuou na Comissão Episcopal de Pastoral, foi responsável pelos setores do Ecumenismo, do Diálogo Inter-religioso e da Pastoral da Juventude e referencial da Pastoral Operária em nível nacional, bem como representante das pastorais sociais do CELAM (Conselho Episcopal Latino Americano).

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) – organização que foi presidida por Dom Sinézio por quatro anos – também manifestou nota de pesar e condolências através de suas redes, relembrando que “nosso irmão na fé foi um grande entusiasta do CONIC desde os seus primórdios, defensor do diálogo ecumênico e inter-religioso, sempre apoiou e participou de iniciativas neste sentido”.

Biografia

Filho de João Bohn Sobrinho e Oliva Paulina Both, dom Sinésio fez seu ensino médio no Seminário Menor São José de Gravataí, de 1952 a 1954. Depois, em Roma, residindo no Pio Brasileiro e estudando na Universidade Gregoriana, cursou Filosofia, Teologia e Direito Canônico, de 1955 a 1964. Foi ordenado presbítero em Roma no dia 23 de dezembro de 1962.

De volta ao Brasil atuou como vigário na paróquia São Jorge, em Porto Alegre, de 1964 a 1965. Trabalhou como professor de Teologia e assistente dos estudantes de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Porto Alegre no Seminário Maior de Viamão de 1966 a 1977.

Em 27 junho de 1977 foi nomeado pelo papa Paulo VI bispo auxiliar da arquidiocese de Brasília. Em 23 de fevereiro de 1980 dom Sinésio assumiu como primeiro bispo de Novo Hamburgo e em 31 de agosto de 1986 assumiu como segundo bispo da diocese de Santa Cruz do Sul.

* Com informações da CNBB


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Edição: Marcelo Ferreira