Rio Grande do Sul

Segurança alimentar

Parceria entre poderes de Estado lança o Movimento Rio Grande Contra a Fome

Instituições serão os primeiros parceiros da iniciativa, que visa combater a fome e a insegurança alimentar

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Movimento Rio Grande contra fome foi lançado na Assembleia Legislativa do RS - Joaquim Moura | Agência ALRS

Foi lançado, no final da manhã desta quarta-feira (15), no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa do RS, o movimento Rio Grande contra a Fome. Numa iniciativa do presidente da Casa, o deputado Valdeci Oliveira (PT), a ação será uma parceria entre poderes de Estado, instituições e entidades, que se unem pelo mesmo objetivo: combater a fome e a insegurança alimentar no Rio Grande do Sul.

O propósito do movimento, segundo Valdeci Oliveira, “não é inventar a roda, mas fortalecer e fazer a roda da solidariedade girar”. “Não estamos criando uma política pública contra a fome, mas um movimento coletivo de sensibilização da sociedade para o maior problema vivenciado em nosso país hoje, pois onde há fome, a educação, a saúde e a dignidade não entram ou demoram mais para entrar”, apontou. 

O deputado ressaltou que os poderes e instituições de Estado (Executivo, Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Tribunal de Contas do Estado e Defensoria Pública) são os primeiros parceiros da iniciativa, mas que já a partir da próxima semana ocorrerão novas adesões. Valdeci afirmou também que irá provocar uma discussão sobre as formas legais de reforçar o trabalho das cozinhas solidárias e das pequenas entidades que, por questões burocráticas, não podem firmar parcerias de modo direto com o poder público, como é o caso do Movimento Ação da Cidadania, que congrega diversas organizações.

Iniciativa será ampliada

A assistente social Paola Carvalho, que será a coordenadora executiva do movimento, apresentou os objetivos e diretrizes da iniciativa capitaneada pelo Parlamento gaúcho. Além de fortalecer, dar visibilidade e ampliar as ações já existentes de combate à fome, o movimento pretende também estender parcerias, buscando câmaras de vereadores e entidades sociais, para massificar o trabalho emergencial. A promoção de ações complementares, como a realização de debates, a criação de um selo contra a fome e a realização de eventos, como o “Futebol Contra a Fome”, também estão na mira do movimento, disse ela.

O movimento terá um comitê gestor, integrado por representantes de todos os poderes, e os alimentos doados serão encaminhados para a Central de Doações do RS, coordenada pela Defesa Civil. De lá, serão repassados para as entidades.

Após a assinatura do termo de adesão, os representantes dos poderes se manifestaram, ressaltando que aderiram à ideia no mesmo momento em que foram procurados pelo presidente do Parlamento. “Já estamos tratando do assunto em nossos encontros regionais e pretendemos recolher duas toneladas de alimentos para contribuir”, revelou o presidente do TCE, Alexandre Postal.

O governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) disse que, de imediato, colocou a Defesa Civil à disposição para operacionalizar a coleta das doações. Falou ainda sobre os outros programas do governo do estado voltados às famílias carentes.

Já a presidenta do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Íris Helena Medeiros Nogueira, declarou que o “Poder Judiciário do século XXI não se limita a julgar processos, mas atua para construir soluções conjuntas para enfrentar os desafios contemporâneos, que são muitos”.

O subprocurador-geral do estado, Júlio César Melo, e a defensora pública-geral do estado em exercício, Rafaela Consalter, também se manifestaram. 

Apresentações do Grupo Choro da Orquestra Villa-Lobos e do cantor nativista Daniel Torres encerraram a cerimônia.

Mais informações sobre a campanha e sobre as formas de contribuir  podem ser obtidas no hotsite Rio Grande Contra a Fome  e através do Whatsapp (51) 995483274.

Números da Fome 

A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan) divulgou, na semana passada, os números do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar. Os dados indicam que, em 2022, no Brasil, a fome passou a ser uma realidade para 33,1 milhões de pessoas. Já a situação de insegurança alimentar leve, moderada ou grave atinge hoje 125,2 milhões, quase 60% da população brasileira.

* Com informações da Agencia de Notícias da Alergs


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Edição: Marcelo Ferreira