Revolta

Sociedade civil convoca atos pelo direito ao aborto de menina de 11 anos vítima de estupro

Grávida de 22 semanas, vítima não conseguiu autorização para realizar a interrupção da gravidez garantida por lei

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Ato em Brasília celebra o Dia Internacional da Mulher, em 2017 - Mídia Ninja

Movimentos da sociedade civil em todo o país estão convocando atos em repúdio a conduta da juíza Joana Ribeiro Zimmer contra uma criança de 11 anos, que busca o acesso ao direito à interrupção da gravidez resultante de estupro.

A Frente Catarinense de Aborto Legal divulgou em seu Instagram uma convocação para um ato nesta terça-feira (21), às 18h, em frente ao TICEN, no centro da cidade. 

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"Neste momento, uma menina de apenas 11 anos vem sendo forçada pela justiça catarinense a manter uma gestação fruto de um estupro. Nós não vamos ficar caladas! É hora de irmos às ruas gritar CRIANÇA NÃO É MÃE!", publicou a Frente no seu perfil no Instagram.

A Marcha Mundial das Mulheres no Estado de São Paulo está organizando um protesto na quinta (23), em frente ao Ministério Público Federal na capital paulista (Rua Frei Caneca, 1360), a partir das 17h. 

Saiba mais: Juíza e promotora que atuaram contra aborto legal devem ser afastadas, diz jurista

"É revoltante ver mais uma criança que se depara com um país cruel que, com a típica hipocrisia conservadora, diz defender a vida, enquanto promove uma política de morte e não se importa nenhum minuto com a vida de uma menina que foi estuprada e corre risco de morrer se essa gravidez for levada adiante", se manifestou a Marcha em postagem no Instagram.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O coletivo feminista Juntas! criou um abaixo-assinado para pressionar pelo afastamento da juíza Joana Ribeiro Zimmer do exercício de suas funções. Mais de 70 mil pessoas já assinaram o documento.

Entenda

Por meio de fonte anônima, a equipe de reportagem do Intercept Brasil e do Portal Catarinas teve acesso a um vídeo da audiência em que a menina foi ouvida. 

Nas gravações é possível ouvir a juíza fazer à menina perguntas como "você suportaria ficar mais um pouquinho?" ou "você acha que o pai do bebê concordaria pra entrega para adoção?". O "pai", no caso, é o homem que a estuprou.

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Durante a audiência com a mãe da vítima, a juíza afirmou que "hoje, há tecnologia para salvar o bebê. E a gente tem 30 mil casais que querem o bebê, que aceitam o bebê. Essa tristeza de hoje para a senhora e para a sua filha é a felicidade de um casal". 
 

Edição: Vivian Virissimo