Rio Grande do Sul

Arte e Cultura

Grupo Unamérica retorna ao palco do Café Fon Fon no dia 6 de julho

Álbum Canções para Tempos de Cólera começou a ser concebido no palco da casa dos músicos Bethy Krieger e Luizinho Santos

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Unamérica completou 38 anos em dezembro de 2021 com o lançamento de seu mais recente álbum Canções para Tempos de Cólera - Foto: Katia Marko

Grupo Unamérica retorna ao palco do Café Fon Fon (Rua Vieira de Castro, 22) na próxima quarta-feira (6), a partir das 20h. Após mais de 2 anos sem se apresentar na bela casa dos músicos Bethy Krieger e do Luizinho Santos onde começou a ser concebido o seu mais recente álbum, o Unamérica irá apresentar Canções para Tempos de Cólera, lançado em janeiro, no Ecarta Musical.

O álbum está disponível nas plataformas digitais com 12 músicas antigas e novas e arranjos que contam também com vários instrumentos de origem andina, como charango, quena e zampoña. 

O duo formado por Dão Real e Zé Martins terá a participação especial da atriz e cantora Tânia Farias, com músicas latino-americanas, além de outras surpresas. O show tem couvert artístico de R$ 30,00. Pode ser feita reserva antecipada pelo fone (51) 998807689.


O show terá a participação especial da atriz e cantora Tânia Farias, com músicas latino-americanas / Divulgação

Poéticas para inspirar tempos de paz

O músico e compositor Dão Real conta que o projeto surgiu em 2019 numa leitura musical daquele momento do país. “Muitos acham que o nome Canções para Tempos de Cólera tem relação com a pandemia, mas surgiu do clima de culto ao ódio e à intolerância, o negacionismo e os comportamentos fascistas que se instalaram”, relata.

O primeiro show com essa inspiração foi realizado no Café Fon Fon, em Porto Alegre, com um repertório de canções de lutas do passado e do presente. A ideia se consolidou e o Grupo lançou um financiamento coletivo e dois EPs no segundo semestre de 2021, e concretizou o projeto completo que foi lançado no palco do Ecarta Musical e teve lançamento em streaming.


Unamérica apresenta Canções para Tempos de Cólera, além de antigos sucessos / Divulgação

Sonoridades continentais

“Esse trabalho consolida uma proposta e um estilo musical. Solidifica uma ideia de composições e arranjos e reafirma a miscigenação de ritmos e instrumentos sul-americanos, com a luta de trabalhadores do campo e da cidade. Defende os direitos democráticos, a cultura local e o respeito a vida, afirmando que um mundo melhor é possível”, registra o multi-instrumentista, compositor e cantor Zé Martins.

O show traz canções como a versão em português de El Pueblo Unido Jamás será Vencido, dos chilenos Sérgio Ortega e grupo Quilapayun. Apresenta músicas como Festa da Colheita, homenagem ao universo dos agricultores familiares, para celebrar a colheita, a partilha da terra e a mesa farta em tempos de aumento da fome. Em Gracias Pachamama com ritmo andino, é abordada a espiritual e sensível relação com a mãe-terra e a necessidade de defender o meio ambiente e a paz entre os povos.

Únicos no gênero

Com um estilo particular, as composições do Unamérica sempre foram influenciadas pelos vários momentos históricos e políticos da América Latina. Seu trabalho representa um catalisador de experiências que vêm dos festivais nativistas, somados com a música gaúcha e aspectos culturais da América Latina e do Brasil urbano e rural.

“O grupo Unamérica é o principal representante gaúcho do movimento de aproximação e unidade com os irmãos latino-americanos. Outros grupos vieram, mas 38 anos depois, é o único sobrevivente daqueles dias em que se pregava e acreditava na unidade latino-americana. Talvez mais no que nunca, essa unidade se faz indispensável”, analisa o crítico musical Juarez Fonseca.

“Quando surgiu o Unamérica, nos anos 1980, achei muito legal a ideia de um duo trazendo a música do Uruguai, Argentina, Peru e os instrumentos desses países. Me chamou a atenção o engajamento político enraizado numa canção popular, tradicional, brasileira e mundial que defende as causas sociais. Eles são únicos”, define o jornalista e crítico musical Gilmar Eitelwein.


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Edição: Katia Marko