Rio Grande do Sul

RECONHECIMENTO

Militante da luta antimanicomial do RS, Sandra Fagundes recebe Medalha do Mérito Farroupilha

Homenageada é fundadora de movimentos sociais antimanicomiais e foi secretária estadual de Saúde em 2014

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Deputada Stela Farias e deputado Valdeci Oliveira entregaram a Medalha Mérito Farroupilha para Sandra Fagundes - Foto: Joaquim Moura/ALRS

A psicóloga Sandra Fagundes, um dos nomes mais proeminentes da luta antimanicomial no Rio Grande do Sul, foi agraciada com a Medalha do Mérito Farroupilha nesta quarta-feira (6). A cerimônia aconteceu no Salão Júlio de Castilhos da Assembleia Legislativa e reuniu ativistas da causa da saúde mental e companheiros de militância da homenageada na luta pela reforma psiquiátrica há mais de 30 anos. A iniciativa foi da deputada Stela Farias (PT).

Sandra Fagundes é psicanalista e mestra em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Foi secretária estadual de Saúde em 2014 e secretária municipal em Porto Alegre de 2003 a 2004 e de Viamão de 1998 a 2002. É fundadora do Fórum Gaúcho de Saúde Metal, do Movimento Nacional da Luta Antimanicomial e da Rede Inter Núcleos.

Segundo Stela, a psicóloga é uma referência em gestão pública que proporcionou a muitos municípios inclusão da saúde mental na atenção básica. “Falar nela é falar sobre a luta antimanicomial que redundou na reforma psiquiátrica do Rio Grande do Sul e serviu de base para todo o país. É também falar sobre o Fórum Gaúcho de Saúde Mental que luta pelos direitos humanos das pessoas em sofrimento psíquico”, declarou.

O presidente da Assembleia Legislativa, Valdeci Oliveira (PT), que foi prefeito de Santa Maria, lembrou que a homenageada colaborou com a implantação de atendimento em saúde mental no município. “Sempre disposta a discutir, colaborar e colocar seu conhecimento a disposição de todos. Sandra tem a ousadia de dividir o aprendizado”, enfatizou.

Valdeci acredita que a pandemia aumentou os problemas psicológicos e emocionais da população brasileira, assim como fez com a fome e a miséria. Ele aproveitou para fazer um chamamento para que todos se engajem em ações, “mesmo que conjunturais”, para aplacar o sofrimento de quem passa por dificuldades.

“Essa homenagem abre os olhos de muitos sobre o momento de extremas dificuldades pelo qual passamos. Não podemos achar que é natural passar fome. Temos que nos indignar e fazer ações, mesmo que conjunturais, para aplacar essa tragédia”, conclamou.

Ao agradecer a condecoração, Sandra afirmou que a medalha é resultado de um trabalho coletivo de décadas. Ela falou sobre a importância da arte para fazer “transcender e abrir novos caminhos” e da necessidade de construção de uma República capaz de rever as injustiças e tirar da invisibilidade índios, quilombolas e segmentos vulneráveis da população.

“É preciso defender a diversidade. Não temos um mundo só de uma cor, só de um gênero, só de uma classe social. Precisamos pensar nisso para nos abrirmos a um futuro onde toda a vida valha e pena”, declarou.

O grupo Nau da Liberdade, coletivo artístico de Porto Alegre formado por usuários da saúde mental do SUS, encerrou o evento com uma apresentação.

* Com informações da Assembleia Legislativa do RS


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

PRECISAMOS DO SEU APOIO

Brasil de Fato RS não cobra nenhum tipo de assinatura dos leitores, todas nossas informações são gratuitas. Por isso, precisamos do seu apoio para seguir na batalha das ideias.

CONTRIBUA através do PIX 55996384941 (celular), em nome do Instituto Cultural Padre Josimo.

A democratização da comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Edição: Marcelo Ferreira