Pernambuco

SOLIDARIEDADE

Projeto utiliza agroecologia para garantir novos horizontes para crianças e adolescentes

O telhado eco produtivo da Comunidade dos Pequenos Profetas existe há mais de 30 anos e beneficia cerca de 1.500 pessoas

Brasil de Fato | Recife (PE) |
O telhado funciona como uma oficina de conhecimento autossustentável, onde os jovens atendidos pela ONG e seus familiares são responsáveis pela produção e colheita dos orgânicos. - Divulgação/CPP

Visto de cima, o telhado da ONG Comunidade dos Pequenos Profetas se destaca como um ponto de esperança. Uma esperança produtiva e ecológica que beneficia mais de 1.500 pessoas das comunidades em Joana Bezerra, Coque e Avenida Sul, Roque 2 e Roque 3, no Recife, em Pernambuco. O projeto “Telhado Eco Produtivo: semeando novos horizontes”  fica em cima da sede da ONG que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social há mais de 30 anos. Na horta, são produzidos couve, rúcula, pimentão, coentro, tomate cereja e diversos tipos de alface.

Segundo Demetrius Demetrio, gestor do projeto, o telhado eco produtivo é um espaço de produção de alimentos e de acolhimento. “Esse projeto criou ações muito interessantes. Primeiro, porque ele abre essa possibilidade de uma boa alimentação para quem não tem o poder de compra ou que não conhece esses produtos. Segundo que ter esses produtos na alimentação é uma ferramenta de transformação social, como eu falei ‘quem come mal, se enxerga mal’. Terceiro, que empodera as pessoas; e, quarto, porque tem as mães e as mulheres que participam”, aponta o gestor, que destaca o papel da ONG no combate à violência doméstica. 

“Principalmente nessa pandemia, a gente sabe que a violência contra a mulher aumentou assustadoramente. Então, o telhado também passou a ser um espaço onde essas mulheres se encontram entre elas, junto com seus filhos ou com a profissional da equipe para começar também a se descobrir”, conclui.

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Jovens e suas famílias aprendem sobre agroecologia

O telhado funciona como uma oficina de conhecimento autossustentável, onde os jovens atendidos pela ONG e seus familiares são responsáveis pela produção e colheita dos orgânicos. Além disso, os participantes recebem também apoio técnico para produzir suas próprias hortas em casa, utilizando as mudas do telhado plantadas em garrafas PET retiradas do Rio Capibaribe. 

Ana Isabela é mãe de um jovem atendido pela ONG e, com o incentivo, criou uma horta em casa. “A importância pra mim dessas hortas na comunidade é muito satisfatória, porque muitas vezes a gente não tem um dinheiro para poder comprar uma verdura, então a gente tendo em casa já ajuda a gente, tanto a mim quanto aos meus vizinhos. Quando a gente precisa de um coentro, de uma cebolinha, a gente vai lá na hortinha, tira e já dá para temperar um feijão, uma carne e é muito bom essas hortas na comunidade”, destaca Ana Isabela.

Já Luciano de Jackson é atendido pela ONG e ajuda a distribuir os alimentos. “Eu vim mostrar um pouco o dia a dia da gente aqui no telhado, onde a gente tem alimentação e pega daqui também para dar aos familiares que precisam, os moradores de rua, todos vêm aqui pedir comida e graças a Deus o projeto ajuda bastante famílias”, destaca.

Saiba mais

Na Comunidade dos Pequenos Profetas, os meninos e meninas atendidos têm acesso a refeições diárias, atividades socioambientais, educativas, artísticas, culturais, esportivas e gastronômicas, além de contarem com acompanhamento e assistência psicológica, social, jurídica e nutricional. Para conhecer o projeto e fazer parte dessa corrente de solidariedade, basta acessar ao site.
 

Edição: Elen Carvalho