Rio Grande do Sul

Caso de Polícia

Investigado por crime de racismo, Álvaro Hauschild é procurado pela Polícia Federal em sua casa

Vizinhos relatam diligência de agentes da PF na manhã desta quinta-feira (7), porém Álvaro não mora mais no local

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Foto de manifestação realizada por membros da comunidade acadêmica da UFRGS, contra a presença de Álvaro Hauschild na universidade - Reprodução: Assufrgs

Vizinhos do apartamento onde morava Álvaro Hauschild relatam que agentes da Polícia Federal realizaram uma diligência no prédio, na manhã desta quinta-feira (7), em torno das 7h. Segundo a informação que chegou até a reportagem do Brasil de Fato RS, cerca de seis agentes da Polícia Federal, alguns deles com armas de grande calibre, foram até o apartamento buscando por Álvaro, porém não o encontraram, visto que o mesmo não mora mais no local.

O vizinho que trouxe a informação afirma que os agentes bateram na sua porta, solicitando informações sobre Álvaro. Também bateram na porta do apartamento onde o mesmo morava, sendo recebidos por uma outra pessoa, que não sabia sequer quem ele seria.

A reportagem do BdF RS entrou em contato com a assessoria de comunicação social da PF/RS, questionando informações sobre o qual tipo de diligência foi realizada, se era, por exemplo, um mandado de prisão. Além disso, foi perguntado se Álvaro poderia ser considerado foragido, visto que não foi encontrado.

Como resposta, a PF afirmou que havia deflagrado, na manhã da quinta-feira (7), uma "ação de repressão à publicação de conteúdos racistas e neonazistas em sites, blogs e redes sociais na internet". A assessoria de comunicação social destacou ainda que a entidade policial não divulga nomes de pessoas investigadas e que, na referida ação, não havia mandado de prisão a ser cumprido.

Entenda o caso

Álvaro Hauschild é acusado reiteradamente de racismo, principalmente por setores ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde cursava doutorado em Filosofia. Inicialmente, veio a público a denúncia de que o próprio Álvaro mandava mensagens para uma estudante branca, que namorava um estudante negro, fazendo comentários racistas sobre o relacionamento. Também criticava os relacionamentos inter-raciais com afirmações racistas e eugenistas.

O Conselho Universitário da UFRGS move um processo disciplinar contra Álvaro, recomendando sua expulsão da universidade. O caso chegou até a Polícia Civil do RS, que convocou Álvaro para depor, circunstância essa em que o mesmo admitiu a autoria da mensagens, porém, afirmando que não cometeu racismo. Passada a fase preliminar de inquérito, veio a público a informação de que a PC/RS indiciou Álvaro por "racismo qualificado".

Mãe de Álvaro afirma que ele "não está se escondendo"

O ex-vizinho de Álvaro afirma que, além de morarem no mesmo andar do prédio (localizado na Avenida João Pessoa, em Porto Alegre), eles ele e Álvaro também foram colegas na Faculdade de Filosofia da UFRGS, razão pelo qual teve convívio com o acusado.

Incomodado por ter sido abordado pela PF, ele entrou em contato com a mãe de Álvaro, como demonstrou através das mensagens que trocou pelo Whatsapp.

"Estou bastante incomodado. Eu trabalho, estudo, cuido da minha mãe idosa e como se não bastasse fui acordado pela polícia às 7h me perguntando sobre o Álvaro. Achei um absurdo o que me ocorreu hoje. O Álvaro não vai conseguir se esconder para sempre", afirmou o ex-vizinho.

A mãe de Álvaro lamentou o ocorrido e pediu desculpas, respondendo que "o Álvaro não está se escondendo. Ele esteve internado e está em tratamento". Disse também que "providências serão tomadas" e que Álvaro irá até a sede da PF para esclarecer a situação.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

PRECISAMOS DO SEU APOIO

Brasil de Fato RS não cobra nenhum tipo de assinatura dos leitores, todas nossas informações são gratuitas. Por isso, precisamos do seu apoio para seguir na batalha das ideias.

CONTRIBUA através do PIX 55996384941 (celular), em nome do Instituto Cultural Padre Josimo.

A democratização da comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Edição: Marcelo Ferreira