Rio Grande do Sul

Audiovisual

Neabi-UFRGS disponibiliza nas redes o curta-metragem “Cotas: uma porta aberta”

Filme que resgata a luta que levou à conquista das cotas ficará acessível a todos a partir das 19h do dia 1º de agosto

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A servidora Tamyres Figueira apresenta o filme e o professor Alan Alves Britto é um dos entrevistados - Foto: Divulgação

Após realizar sessões presenciais em Porto Alegre e Tramandaí (RS), o Núcleo de Estudos Africanos, Afro-brasileiros e Indígenas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Neabi-UFRGS) disponibilizará para ser assistido de forma online o curta-metragem documental “Cotas: uma porta aberta”. O filme, que resgata a luta que levou à conquista de cotas raciais na universidade cinco anos antes da aprovação da lei nacional, ficará acessível a todos a partir das 19h do dia 1º de agosto, no Facebook e no Youtube do núcleo.

Com roteiro e direção do jornalista Douglas Roehrs e apresentação da servidora pública Tamyres Filgueira, que atua como coordenadora-adjunta do Neabi-UFRGS, a obra entrevista negros e indígenas que tiveram ligação com essa conquista, seja lutando por ela ou como beneficiados.

O curta-metragem foi lançado com a Sala Redenção lotada, no dia 29 de junho, data que marca os 15 anos da aprovação de cotas com recorte social e racial na UFRGS. A obra também foi exibida no Campus Litoral Norte da instituição, em Tramandaí, e tem uma terceira sessão marcada para a próxima quinta-feira (28), no Auditório Pantheon do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS (Campus do Vale, prédio 43322). A sessão será sucedida de bate-papo com Tamyres e José Rivair Macedo, professor da UFRGS que é um dos entrevistados no documentário.

“Estamos ansiosos para que todos possam ver o material, que foi feito com tanto carinho e resgata a histórica luta pelas cotas com recorte racial na UFRGS e no Brasil como um todo”, salienta Tamyres Filgueira.

Luta por cotas na pós

Na sessão do documentário, no dia 29, o Neabi também apresentou a campanha “Cotas na pós da UFRGS já”. O abaixo-assinado tem o intuito de pressionar a UFRGS a implantar uma normativa para que se tenha cotas com recorte racial para negros e indígenas em todos os cursos de pós-graduação da instituição.

Conforme divulgado em reportagem de ZH em 2021, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 392.036 mil pessoas dão aulas em universidades públicas e particulares do Brasil, mas só 62.239 mil são negras, ou seja, 16% do total. No país com maior número de pretos e pardos fora do continente africano, onde 56,2% da população se autodeclara negra, a mesma pesquisa revela que, além de continuarem sendo minoria entre os professores universitários, a representatividade racial diminui à medida que o grau de escolaridade desses docentes aumenta.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD-Contínua), os grupos de pardos e pretos no Rio Grande do Sul representam 18,2%. Todavia, relatório do Programa de Ação Afirmativas na UFRGS ressalta que o índice de docentes negros nessa universidade não chega a 1%.

“Nós temos um Grupo de Trabalho montado e coordenado pela Pró-Reitoria de Pós-Graduação para deliberar sobre o tema. Precisamos pressionar a instituição para dar esse passo fundamental rumo à equidade racial na UFRGS e no país. Não podemos mais naturalizar a ausência de corpos negros e indígenas na pós-graduação. Se quisermos ter pessoas negras e indígenas professoras universitárias, o primeiro passo é garantirmos a equidade por meio da formação completa para essa parcela da sociedade ainda marginalizada”, declara Alan Alves Brito, coordenador do Neabi e professor da UFRGS.

Para assistir o curta online

A partir de segunda-feira, 1º de agosto, às 19h
No Facebook do Neabi-UFRGS ou Canal no Youtube do Neabi-UFRGS

Sessão no IFCH

Na quinta-feira, 28 de julho, às 18h30
No Auditório Pantheon (Campus do Vale, prédio 43322)
As vagas são limitadas. Faça sua inscrição em https://forms.gle/VZQ9FmaqnhXNSALp6


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Edição: Marcelo Ferreira