Rio Grande do Sul

Eleições 2022

Cenário eleitoral incerto pode incluir acordo entre PT e PSOL e desistência de Beto Albuquerque

No entanto, em semana de anúncios e desmentidos, PSB/RS mantém sua candidatura ao Palácio Piratini

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Possibilidade de composição entre candidaturas do campo da esquerda ao Piratini ainda gera expectativas - Reprodução

Os partidos devem definir suas candidaturas até 5 de agosto mas, faltando uma semana para o encerramento do prazo legal, o cenário eleitoral do Rio Grande do Sul ainda comporta diversas incertezas. A principal diz respeito à candidatura ao executivo estadual por parte das chapas de esquerda. Especificamente, entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Partido Socialista Brasileiro (PSB).

O PT deve confirmar o deputado estadual Edegar Pretto para disputar o governo estadual pela Federação Brasil da Esperança, composta por PT, PCdoB e PV. O ex-governador Olívio Dutra (PT) também deve ser indicado para concorrer ao Senado. Porém, ainda não se sabe quem será o vice na chapa com Pretto. O PT tenta trazer o PSB para a composição.

Guerra de informações

Em meio a essas tratativas, uma guerra de informações cercou o diretório estadual do PSB nesta semana. O partido havia definido em convenção que Beto Albuquerque seria candidato ao governo do estado. Porém, a Folha de São Paulo, por exemplo, deu como certa a desistência de Beto Albuquerque, afirmando que o PSB apoiaria o PT na disputa eleitoral pelo Executivo gaúcho. A matéria colocou ainda que a fonte dessa informação seria a própria presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffman. A declaração causou grande descontentamento entre os quadros do PSB no estado.

Contrariando o que disse a Folha, em comunicado enviado à imprensa gaúcha, a própria Gleisi negou ter dado a informação ao veículo paulista. Lamentou o que chamou de "interpretação maliciosa de uma notícia para a qual não prestei nenhuma declaração ou informação".

Beto Albuquerque também negou a versão da Folha, garantindo que nada fora discutido internamente neste sentido. No twitter, escreveu estar indo para Brasília, para participar da reunião da Executiva do PSB e da convenção nacional do Partido, que termina nesta sexta (29).

PSB/RS marca reunião para segunda

Entretanto, no final da tarde da quinta-feira (28) novamente, outro veículo da grande imprensa dá como certo o recuo. O Globo publicou "Beto Albuquerque desiste de disputa pelo governo do RS". O Brasil de Fato RS procurou a assessoria do candidato, que não confirmou a informação, afirmando apenas que "o pré-candidato a governador do RS, Beto Albuquerque, marcou uma reunião com a Executiva Estadual do PSB/RS para segunda-feira (1), às 11h, quando serão tomadas as decisões sobre a próxima eleição".

Porém, o clima das conversas parece estar mais difícil para a composição. Em nota oficial assinada pelo presidente estadual do PSB/RS, Mário Bruck, o partido repudiou o que chamou de "gesto arrogante da presidente nacional do PT de querer falar em nome dos socialistas", mesmo apesar de Gleisi ter negado ser ela a fonte da matéria da Folha. Dessa forma, o partido ainda mantém a pré-candidatura ao governo e reafirma a não coligação com o PT no estado.

PSOL pode reabrir discussão sobre Executivo

Já o PSOL estadual realizou a sua convenção no dia 24, apontando Pedro Ruas, vereador de Porto Alegre, como candidato ao governo estadual, tendo a professora Neiva Lazzarotto como vice, além de Roberto Robaina como candidato ao Senado. Porém, o partido reabriu as discussões com o PT após a entrada de Olívio Dutra na corrida pelo Senado.

Através do twitter, o vereador de Porto Alegre Matheus Gomes, que é membro do diretório estadual da legenda, afirmou que "com a entrada de Olívio Dutra na disputa, a maioria do PSOL voltou a considerar a unidade com o PT e o PCdoB aqui no RS!"

O Brasil de Fato RS contatou a assessoria da deputada estadual Luciana Genro, presidenta estadual da sigla, que confirmou haver o debate. Informou que está sendo costurada uma possibilidade em torno da candidatura ao Senado. Sobre questão da candidatura ao Executivo gaúcho, relatou apenas que o debate "está em aberto", mas que não há novidades até o momento.

Pesquisa dá prevalência para candidatos da direita no RS

Uma pesquisa publicada no Correio do Povo e encomendada pela Record TV mostrou uma preferência por candidatos de direita ao executivo gaúcho. O levantamento, realizado pela empresa Real Time Big Data, mostra o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) e o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) tecnicamente empatados no questionamento espontâneo, com cerca de 14% e 12% de preferência cada, respectivamente. Também apareceram na pesquisa espontânea José Ivo Sartori (MDB) com 2% das intenções de voto, seguido de Edegar Pretto (PT), com 1%. A pesquisa afirma ainda que 7% dos entrevistados tinham a intenção de votar em branco ou nulo, e 61% não sabiam ou não responderam.

Porém, na pesquisa estimulada, Leite (PSDB) aparece com 20% das intenções de voto, seguido por Onyx (PL), com 17%. Figuram ainda Pretto (PT) com 9%; Pedro Ruas (PSOL), com 5%; Luís Carlos Heinze (PP), 4%; Beto Albuquerque (PSB), 3%; e Vieira da Cunha (PDT), 2%. Todos os demais pré-candidatos obtiveram 1% das intenções cada um. Na corrida para o Senado, a liderança também é dos candidatos direitistas. Lideram Hamilton Mourão (Republicanos), com 24%, e Ana Amélia Lemos (PSD), com 20%. Na sondagem, porém, não foi incluído o nome de Olívio Dutra.

A pesquisa ouviu 1500 eleitores do RS, entre os dias 26 e 27 de julho. O levantamento foi registrado no TSE sob o número RS-04275/2022, com nível de confiança em 95%, sendo a margem de erro responsável por alterar em até 3 pontos percentuais para mais ou para menos os resultados.

Convenções partidárias definirão o cenário da disputa

Diversos partidos farão suas convenções nos próximos dias. No sábado (30), será a vez do PDT, do PP e do PSTU.

O PDT já lançou Vieira da Cunha como pré-candidato ao governo estadual e deve sacramentar seu nome em encontro marcado para a Câmara de Vereadores da capital. O PP deve formalizar a indicação do senador Luis Carlos Heinze para o Piratini e a vereadora de Porto Alegre Comandante Nádia para o Senado, no teatro Dante Barone. Já o PSTU, que apresentou Rejane de Oliveira como pré-candidata ao governo e Fabiana Sanguiné ao Senado, estará reunido na sede do CPERS/Sindicato.

No domingo (31), o PTB, aliado ao PP, deve indicar o nome da psicóloga Tanise Sabino para concorrer como vice de Heinze. O MDB ainda tem parcelas do partido trabalhando pelo apoio ao ex-governador Eduardo Leite (PSDB), enquanto a maioria tende a confirmar o deputado estadual Gabriel Souza para o governo estadual. O PSDB irá oficializar Leite para concorrer ao governo do estado. Seu vice poderá sair do MDB ou do União Brasil.

Expectativa também ronda a convenção do PT, no hotel Ritter: o partido ainda não definiu o vice e trabalha para oferecer a vaga ao PSB. Também há expectativa para a composição da candidatura coletiva ao Senado, encabeçada por Olívio Dutra.


:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::

PRECISAMOS DO SEU APOIO

Brasil de Fato RS não cobra nenhum tipo de assinatura dos leitores, todas nossas informações são gratuitas. Por isso, precisamos do seu apoio para seguir na batalha das ideias.

CONTRIBUA através do PIX 55996384941 (celular), em nome do Instituto Cultural Padre Josimo.

A democratização da comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.

Edição: Ayrton Centeno