Rio Grande do Sul

Coluna

A história acontecendo ao vivo e em cores em 2022

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"Chorei, quando Olívio Dutra, eu presente, começou a falar, assumindo sua candidatura a senador do Rio Grande do Sul nas eleições de 2 de outubro" - Foto: Luz Dorneles
A eleição de 2022, depois dos gloriosos anos 2000, está sendo a eleição das nossas vidas

Chorei, eu que sou um chorão conhecido. Foi no dia 25 de julho, Dia da Agricultora e Agricultor familiares, eu que sou, com muito orgulho, filho de colono da Vila Santa Emília, Venâncio Aires.

Chorei, quando Olívio Dutra, eu presente, com direito a foto, começou a falar, assumindo sua candidatura a senador do Rio Grande do Sul nas eleições de 2 de outubro.

Lembrei da primeira campanha do PT, em 1982, exatos 40 anos atrás, Olívio candidato a governador, recebendo 50.713 votos, 1,49% do total, eu candidato a deputado estadual,  o mais votado do PT, quase eleito pelo povo da Lomba do Pinheiro e Pastorais, com 4.719 votos, em tempos de voto vinculado de alto a baixo. O PT não atingiu o quociente eleitoral mínimo. Elegeu apenas 1 único vereador em todo Rio Grande do Sul, Antônio Hohlfeldt, Porto Alegre.

Mas estávamos na boa luta: nas mobilizações nas vilas da Lomba do Pinheiro, nas greves dos bancários, dos metalúrgicos do ABC, dos trabalhadores da construção civil de Porto Alegre, nas ocupações das Fazendas Macali e Brilhante, Encruzilhada Natalino e Fazenda Annoni. E continuamos, eleitos ou não, nas Diretas-Já, pela democracia e direitos de trabalhadoras e trabalhadores e preparação da Constituinte. Em 1986, elegemo-nos, Olívio deputado federal constituinte, com 54.466 votos, eu deputado estadual constituinte gaúcho, 12.472 votos, em campanha memorável e histórica, dobradinha minha com Olívio e o hoje senador Paim.

Olívio elegeu-se prefeito de Porto Alegre em 1988, instaurou o OP, Orçamento Participativo, exemplo para o mundo, mais adiante governador, OP no Rio Grande do Sul, junto veio o Fórum Social Mundial em Porto Alegre em 2001,´um outro mundo possível´ pelos pagos, Brasil, América Latina, Caribe e mundo inteiro.

História, muita história, maiúscula. Olívio Dutra sempre na sua simplicidade de bancário e trabalhador, andando de ônibus do seu apartamento na Assis Brasil à prefeitura, e nos últimos tempos cuidando da companheira Judite em tempos de dor e doença. E sendo permanente referência para milhares, milhões de militantes, lutadoras/es, sonhadoras/es.

A eleição de 2022, depois dos gloriosos anos 2000, está sendo a eleição das nossas vidas, no Rio Grande e no Brasil, aquela que não podemos e não vamos perder, aquela que vai resgatar as bandeiras e políticas públicas com participação popular.

Imagina Olívio eleito senador em 2022, depois do ´assalto´ feito oito anos atrás pela RBS e direita gaúcha conservadora, que não podia vê-lo senador! E haverá de ser eleito, junto com Lula/Alckmin no Brasil, Edegar Pretto/Pedro Ruas no Rio Grande, em mandato coletivo com Roberto Robaina. O povo do Rio Grande haverá de resgatar o que não fez em 2014 e dizer ´o erro não se repetirá pela segunda vez´.

O Galo Missioneiro vai encantar a política. Vai cantar, trovar e poetar mais que nunca. Vai levar e levantar todas as vozes, corações e mentes em mandato coletivo e solidário, como só ele poderia fazer acontecer.

Quem não estará nesta campanha? Estarão com ele todas e todos que o acompanham desde o final dos anos 1970, missioneiro vindo da Bossoroca/São Luiz Gonzaga: bancárias e bancários, em primeiríssimo lugar. Mais metalúrgicas-os, trabalhadoras-es da construção civil, professoras-es, funcionárias-os públicas-os, agricultoras-es familiares e camponesas/es, moradoras-es das vilas da Lomba do Pinheiro e das periferias. O Rio Grande inteiro estará com Olívio senador, numa caminhada de unidade, esperança e participação popular.

Muitos desafios pela frente: enfrentar a fome com programas de soberania e segurança alimentar e nutricional, retomar o Orçamento Participativo, as políticas públicas com participação popular, a Economia Solidária, a política de agroecologia e produção orgânica, a educação popular de Paulo Freire, atravessando medos e fronteiras, superando o ódio, a violência e intolerância, construindo soberanamente a democracia, plantando as sementes do amor e do ´ninguém solta a mão  de ninguém´. 

Não haverá campanha igual à de 2022! Nem as campanhas de 82, 86, 88, 94, 98, 2002 ou qualquer outra! Esta eleição, ao vivo e em cores, será a História acontecendo, a eleição do ESPERANÇAR!

* Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Katia Marko