Pernambuco

ELEIÇÕES 2022

Bolsonaro vem ao Recife no sábado (6) em primeira aparição pública após convenções; Veja agenda

Presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro ainda não foi confirmada, após cancelamento de agenda no Recife

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Bolsonaro desembarca na capital pernambucana no sábado (6) - Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República

O presidente e pré-candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) desembarca no Recife na manhã deste sábado (6) para fazer sua primeira aparição pública após as convenções partidárias, que terminam nesta sexta-feira (5). A presença da primeira-dama Michelle Bolsonaro é incerta, depois do cancelamento de compromissos na capital no início da semana. Também é a primeira vez que o presidente vem à cidade após ter homenagens à sua família barradas na Câmara Municipal.

A agenda - confirmada pelos aliados pernambucanos Anderson Ferreira (PL) e Gilson Machado Neto (PSC) que compõem chapa com o presidente - inclui uma motociata e a participação na Marcha para Jesus

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A motociata tem concentração na parte externa da Base Aérea do Recife, no bairro do Jordão, às 11h, e sai em direção à Padaria Boa Viagem, na avenida beira-mar, área nobre da cidade, de onde partirá a marcha evangélica.

Michelle Bolsonaro, aposta da campanha bolsonarista para conquistar o eleitorado feminino - o de maior rejeição -, faltou à agenda marcada no Recife dessa última segunda-feira (2). Ela participaria de três eventos com empresários, mas adiou a viagem sem data definitiva. 

Desde julho, a primeira-dama se mostrou reticente a participar ativamente da campanha ao se recusar a gravar as inserções televisivas. Ela sinalizou a entrada de vez ao discursar na convenção do PL, no último dia 24. Mas, após o cancelamento dos últimos compromissos no Recife, sua presença nos atos do sábado ainda não foi confirmada pelos interlocutores.

Palanque com Ferreira e Machado Neto: a campanha antecipada em Pernambuco

Antes mesmo de ter iniciado sua campanha à reeleição, Bolsonaro vinha aproveitando a agenda presidencial para atacar a oposição e fortalecer a associação da sua imagem com Ferreira e Machado Neto, que viriam a compor a chapa de pré-candidatura a Governo e Senado, respectivamente, em Pernambuco.

Após as tragédias que sucederam as fortes chuvas em maio, Bolsonaro convocou coletiva de imprensa no dia 30 no Recife e criticou a ausência o governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito do Recife João Câmara (PSB) - embora não os tenha convidado.

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"Acho que faltou iniciativa da parte dele também. Aqui ninguém está proibido de comparecer neste local, neste momento. Foi amplamente divulgado para a mídia a nossa presença aqui", falou sobre Paulo Câmara.


Em meio à tragédia em Pernambuco, Bolsonaro subiu o tom de voz ao falar do governador Paulo Câmara / Reprodução/YouTube

Ao mesmo tempo em que afirmava que o governador "deveria esquecer a questão política", Bolsonaro fez elogios ao prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Luiz Medeiros (PL) - vice e sucessor de Anderson Ferreira -, que o acompanhou na entrevista.

"Temos aqui o prefeito de Jaboatão, que sobrevoou conosco, ele conhece a região, vai falar o que o governo federal tem feito, não só para seu município, independente da coloração partidária que seja isso."

Meses antes, em 23 de março, a presença de Bolsonaro na inauguração de Escola de Formação de Sargentos do Exército na cidade de Paudalho, na Zona da Mata do Estado, já tinha ares de palanque eleitoral. A comitiva era acompanhada, mais uma vez, por Anderson Ferreira, então prefeito de Jaboatão, e Gilson Machado Neto, à época ainda Ministro do Turismo.

Recife rejeita homenagem à família Bolsonaro

Essa é a primeira vez que Jair Bolsonaro vem ao Recife desde que vereadores alinhados com o bolsonarismo tentaram e falharam em aprovar uma homenagem ao presidente e à sua esposa. No início de julho, iriam à votação na Casa os dois requerimentos que propunham agraciar o casal com medalhas de mérito.

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A soma da repercussão da notícia, pressão popular e tensão interna de partidos fez com que o autor do texto que condecorava Bolsonaro com a maior honraria da Casa, o policial militar Dilson Batista (Avante), recuasse e retirasse a proposta às vésperas da votação.

Já o requerimento que homenageava Michelle Bolsonaro, de autoria da vereadora evangélica Michelle Colins (PP), chegou a ir para o plenário no dia 5 de julho, em uma sessão que lotou as galerias e mobilizou manifestações na área externa da Casa. O texto não foi aprovado, com 16 votos contra e 9 a favor.  

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Foram contrários os parlamentares dos partidos PSB, PCdoB, PSOL, PT, PSB, PRTB e PROS. Os votos favoráveis vieram de vereadores do PSL, AVANTE, PSC, PODE, PP PSC e SD. 

Edição: Marcos Barbosa