Rio Grande do Sul

Pesquisa

Total de famílias endividadas no Rio Grande do Sul chega a 94,3%

Maior dificuldade para colocar as contas em dia acontece na faixa que recebe até dez salários mínimos mensais

Brasil de Fato | Porto Alegre |
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS) foi divulgada nesta quinta-feira (11), pela Fecomércio-RS - Marcos Santos/USP Imagens

O percentual de famílias endividadas no Rio Grande do Sul atingiu o patamar de 94,3% do total. É o que revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS), divulgada nesta quinta-feira (11), pela Fecomércio-RS. Na sondagem anterior, de junho, as famílias endividadas eram 93%. Um ano antes, em junho de 2021, o percentual estava bem abaixo, em 79,4%. 
       
O comprometimento da renda é mais alto entre as famílias que recebem até dez salários mínimos mensais. Nessa faixa alcança 96,2% das famílias. Embora menor entre as famílias de maior renda atinge 86,4%, o que os pesquisadores também consideram elevado.

Mais endividamento, mais inadimplência

"É importante destacar que a situação de endividamento é diferente da situação de inadimplência”, repara o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. “Toda pessoa que faz uso de crédito é uma pessoa endividada. Ela somente passa a uma situação de inadimplente no momento que passa a não honrar seus compromissos financeiros em dia", destaca.
       
O problema é que, quanto maior é o grau de endividamento, maior também é a possibilidade das mesmas famílias tornarem-se inadimplentes no futuro imediato. A PEIC indica que 17,7% dos entrevistados se declararam como “muito endividados”. Esse percentual foi de 21,3% no mês anterior e de 16,3% em julho de 2021. 

Comprometimento com cartões de crédito 

Outros 35,8% declararam-se “mais ou menos endividados”, enquanto 40,8% afirmaram estar “pouco endividados”. Apenas 5,7% disseram não terem dívidas.
     
O maior comprometimento é com cartões de crédito (92%), aparecendo também com destaque débitos referentes a carnês (42%), financiamento de carro (22,6%) e crédito pessoal (15,3%).
     
Vale notar que, na partilha do endividamento, leva a pior quem recebe menos de dez salários mínimos mensais. Na pergunta “Possui dívidas em atraso?”, 51,6% dos entrevistados responderam afirmativamente. Enquanto isso, na faixa remunerada acima de dez mínimos, apenas 7,4% responderam da mesma maneira. 

40,6% com contas em atraso

Questionados sobre se teriam condições de pagar a dívida em atraso, 42,4% do segmento até dez salários mínimos disseram que poderiam fazê-lo “parcialmente”, ao passo que 7,7% admitiram que não teriam condições
      
Quanto ao tempo de comprometimento com dívidas, a pesquisa apontou elevação. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a média passou de 5,6 meses para 7,0 meses na edição atual.

A PEIC ainda encontrou um percentual de 40,6% de famílias com contas em atraso. Houve uma leve oscilação para cima em relação ao mês anterior (40,3%), mas muito acima dos números de julho de 2021, quando eram de 22,3%.


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Edição: Ayrton Centeno