Rio Grande do Sul

Agricultura Familiar

MPA denuncia que governo federal gastou o dinheiro do Pronaf

Conforme frei Sérgio Görgen, menos de um terço dos recursos poderá ser utilizado, o que reduzirá o plantio de alimentos

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Plano Safra considera "pequenos" os produtores com renda anual de até R$ 415 mil
Plano Safra considera "pequenos" os produtores com renda anual de até R$ 415 mil - Wellington Lenon

O dirigente nacional do Movimento dos Pequenos Agricultores (MAP) frei Sérgio Görgen denunciou, nesta quarta-feira (27), que “nem bem começou o plantio da safra 22/23 e os recursos para o Pronaf já estão esgotados”.  O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do governo federal, desde 1997 apoia as atividades desenvolvidas por agricultores familiares através de financiamentos.

Segundo frei Sérgio, o governo federal havia anunciado recursos iguais ao da safra passada, R$ 30 bilhões. Para isso era necessário que o Tesouro Nacional colocasse R$ 2,1 bilhões para equalizar a taxa de juros. Atualmente a taxa da Selic, confirmada na terça-feira (26) pelo Comitê de Política Monetária (Copom), é de 13,5% e os juros do Pronaf seriam apenas de 6%.

Essa diferença é bancada pelo governo. Contudo, foi empenhado somente R$ 761 mlhões para esta finalidade. Conforme Görgen, menos de um terço dos recursos poderão ser utilizados. Ele se baseou em dados divulgados pelo site do Banco Central.

O dirigente explica que isso vai gerar um plantio menor na safra atual. “Serão colhidos menos alimentos, consequentemente os preços ficarão mais altos. E tal deflação anunciada não passa de conversa para boi dormir”, critica.

Segundo pontua, os recursos existem nos bancos, mas sem a equalização do Banco Central os juros ficam impagáveis. "Em vez de 6%, os agricultores terão que pagar uma taxa ao redor de 15%, o que torna inviável a produção de alimentos", afirma.


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Edição: Marcelo Ferreira