Este domingo (8) ficou marcado pelo ataque terrorista em Brasília, assim como tentativa de bloqueio a diversas refinarias pelo país, entre elas a Refap (Refinaria Alberto Pasqualini), em Canoas. Forças policiais conseguiram dispersar os golpistas e consequentemente a tentativa de bloqueio da refinaria. A Federação Única dos Petroleiros (FUP), assim como sindicatos da categoria, afirmam que seguem alertas.
De acordo com relato de Alex Frey, trabalhador da Petrobrás e diretor do Sindipetro-RS, cerca de 60 pessoas começaram a se juntar na tarde de sábado (7) em frente à Refap. O dirigente esteve no local na manhã de domingo para avaliar a situação e na ocasião havia menos de 10, assim como a a presença de uma viatura da Brigada Militar. “Depois dos atos terroristas em Brasília, o número de pessoas em frente à Refap aumentou, chegando a contabillizar entre 100 e 150 pessoas, o que trouxe preocupação com a segurança no acesso dos trabalhadores próprios e terceirizados na segunda de manhã, quando o fluxo seria muito maior que no domingo.”
Na noite de domingo as forças policiais (Brigada Militar, Policia Rodoviária Federal e Choque) agiram, dispersando os golpistas que estavam na frente dos portões da refinaria. Com isso eles passaram a se concentrar no canteiro central, com barracas, cadeiras, faixas, comida. Nesta segunda-feira (9), no horário da entrada dos funcionários, Alex esteve de novo no local, onde, segundo relato, havia menos de 10 pessoas, além da presença forte de policiamento (de 8 a 10 viaturas da BM, 3 viaturas da PRF e 2 ônibus do Choque).
“Não houve tentativa de bloqueio ou barrar acesso a refinaria. Depois que os trabalhadores entraram, os bolsonaristas desmontaram barracas e recolheram seus pertences, após conversa da polícia, que ficou observando o fim da movimentação. Neste momento já não há nenhum movimento golpista em frente a refinaria. Mas continuamos atentos, monitorando. Não aceitamos esta afronta à democracia: golpe nunca mais!”, afirma o dirigente.
Na manhã desta segunda, o secretário de Segurança Pública do RS, Sandro Caron, confirmou que não há mais movimentações na Refap, em Canoas, nem no Comando Militar do Sul, no centro da capital. Ressalta que resistem ainda 10 pontos de concentração de golpistas no estado, estando a Brigada Militar e o setor de inteligência atuando para cumprir a ordem de desmobilização. Afirmou também que autoridades estaduais investigam a saída de caravanas de ônibus do estado para participação nos atos antidemocráticos que provocaram destruição em Brasília.
Em nota, o Sindipetro-RS repudia os atos terroristas em Brasília e nas refinarias. De acordo com a entidade, essas ações atentam contra a democracia, a ordem constitucional e os princípios do Estado de Direito, além de colocar em risco a vida da população, ao ameaçar atacar uma indústria de alta complexidade que exige profissionais muito bem treinados para manter o funcionamento seguro dos processos de transformação do petróleo.
Abaixo a nota completa
Repúdio aos atos terroristas em Brasília e nas refinarias
O Sindipetro-RS manifesta aqui, em conjunto com as trabalhadoras e trabalhadores da Petrobrás, seu repúdio e indignação diante dos atos terroristas praticados contra o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, em Brasília. São ações inaceitáveis e trazem em sua esteira a intenção de instalar o caos no país.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) entrou em contato com o serviço de inteligência e segurança corporativa da Petrobrás, com o presidente da empresa indicado por Lula, Jean Paul Prates, e com órgãos federais da área de segurança pública, alertando para possíveis atos golpistas também em refinarias da Petrobrás em todo o país.
Aqui, na cidade de Canoas/RS, a Refap também está sendo ameaçada por golpistas e o Sindipetro-RS está em contato direto com a gerência da refinaria, cobrando a segurança dos trabalhadores e da comunidade no entorno, bem como políticos que nos apoiam, buscando um esforço conjunto para acabar com essa violência.
Essas ações atentam contra a democracia, a ordem constitucional e os princípios do Estado de Direito, além de colocar em risco a vida da população, ao ameaçar atacar uma indústria de alta complexidade que exige profissionais muito bem treinados para manter o funcionamento seguro dos processos de transformação do petróleo.
A violência e o uso da força para impor pontos de vista políticos são inadmissíveis em uma sociedade civilizada. Não aceitamos esta afronta à democracia: golpe nunca mais!
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Edição: Katia Marko