A Praça da Alfândega, assim como boa parte do centro histórico de Porto Alegre, foi castigada pela cheia do Guaíba. Antônio Ferreira, artesão que expõe na área há mais de 40 anos, conta que era impossível imaginar que a água chegaria até à praça.
"Não acreditávamos que ela chegaria até esta altura. Infelizmente, nossas perdas são inúmeras. A grande maioria das artes que estavam guardadas nas bancas se perderam, e o impacto financeiro será tremendo. Perdas que podem superar R$ 50 mil”, estima.
Artesão Antônio Ferreira expõe há mais de 40 anos na Praça da Alfândega, em Porto Alegre / Carlos Messalla
Ferreira tem um misto de avidez e preocupação com o recomeço. “Agora percebemos o quanto somos vulneráveis. Isso por conta de todo o negacionismo. Os últimos governos municipais ligados à direita nunca se preocuparam de verdade, pelo contrário, faziam piada, desmereciam quem falava sobre a questão climática. Agora, da forma mais dura, percebem que a tendência é de que seja mais corriqueiro e assim temos de nos preparar”, lamenta.
Bancas de artesanato, na Praça da Alfândega, ficaram submersas com a cheia do Guaíba / Carlos Messalla
Mas ele não desiste: “Fora tudo isso, pedimos à população que, assim que abrirmos nossas bancas, venham nos prestigiar, comprem artigos de artesanato de nossa feira”, convida.
Marcelo Camargo, também artesão da Praça da Alfândega, também está animado com a retomada da feira e projeta a reabertura para a semana do dia 10 de junho. “Os trabalhadores da limpeza urbana vem fazendo a manutenção da praça e hoje [5 de junho] vão lavar ao redor das bancas. Sabemos que é um momento crítico para todos os gaúchos, mas pedimos que a população nos apoie, somos trabalhadores e vivemos da nossa arte.”
Artesão Marcelo Camargo espera poder reabrir banca na semana do dia 10 de junho / Carlos Messalla
Edição: Katia Marko