O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (6) um novo pacote de medidas para apoio à população atingida pelas enchentes no Rio Grande do Sul. Após visitar bairros devastados pelas águas nas cidades gaúchas de Cruzeiro do Sul e Arroio do Meio, Lula assinou três medidas provisórias para socorro e auxílio econômico.
Entre os anúncios, está um auxílio criado para tentar preservar empregos no estado, com o pagamento de duas parcelas de um salário mínimo cada a trabalhadores de empresas do estado. Em contrapartida, os empregadores devem assinar acordos evitando demissões por quatro meses. A previsão é de que 430 mil trabalhadores sejam beneficiados.
Outra medida provisória apresentada nesta quinta prevê um apoio financeiro no total de R$ 124 milhões para municípios que também foram atingidos pelas enchentes, mas que não tinham sido beneficiados anteriormente por medidas anunciadas pelo governo federal.
No terceiro texto assinado nesta quinta, o governo amplia o número de famílias que vão receber o chamado Auxílio Reconstrução no valor de R$ 5,1 mil. Os novos beneficiados são moradores de municípios que não tinham sido contemplados.
Durante a visita, Lula teve a companhia do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que disse que a presença do presidente é "importante para que possamos avançar nas medidas de reconstrução". Ministros de Estado também estiveram nos bairros visitados.
"É importante que a gente não permita que aconteça no Rio Grande do Sul o que já aconteceu tantas vezes neste país: há uma desgraça, as pessoas choram, ficam comovidas. O tempo vai passando e daqui a pouco todo mundo esqueceu, o que foi prometido não foi feito e somente quem cai na desgraça é o povo pobre", disse o presidente.
Nesta, que foi a quarta visita ao Rio Grande do Sul desde o início da crise, Lula falou por várias vezes que vai trabalhar para que os processos para utilização dos recursos de socorro aos gaúchos sejam menos burocráticos que o habitual.
"A gente não quer infringir lei ou regulamentação; a gente não quer desrespeitar a Câmara, o Senado, não queremos desrespeitar ninguém. Mas queremos respeitar a necessidade de cuidar desse povo que sofreu o que jamais imaginou que ia sofrer. E isso vai levar um tempo", afirmou Lula.
Edição: Thalita Pires