ReXistência. Resistência, eXistência, ao mesmo tempo
2025 começou tri bem na Porto Alegre do Orçamento Participativo (OP) e do Fórum Social Mundial (FSM).
06.01.25: Ato-show com artistas gaúchos no Ocidente, no Bom Fim, o OCI lotado, em defesa da TVE RS e Rádio Cultura FM e Programa Cantos do Sul da Terra.
09.01: Lançamento pelo Colectivo El Periscopio do livro “Nem loucos, Nem mortos – Esquecimentos e Memórias de ex-prisioneiros políticos de Coronda (1974-1979)” no Clube de Cultura lotado, com presença de Flávio Koutzi e ex-prisioneiros políticos argentinos.
As Conferências Livres de Meio Ambiente estão em pleno andamento em diferentes espaços, assim como a preparação das Conferências das Cidades, da Economia Popular e Solidária, da Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador, da população LGBTQIA+, dos Direitos Humanos, entre outras que vão acontecer em 2025. Da mesma forma, há grande mobilização popular e Audiências públicas contra as privatizações do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB).
18.01: Inauguração da Biblioteca Beto Aguiar na Rua da Praia, Centro de Porto Alegre, na Ocupação ReXistência POA, do MNLM, Movimento Nacional de Lula pela Moradia: celebrar a cultura popular, a luta por moradia e partilha dos saberes coletivos.
A nota triste, entre outras muitas notícias tristes no início de 2025: a partida, em 19.01, do companheiro e comunicador popular Marco Aurélio Weissheimer. “Morre Marco Weissheimer, jornalista e sócio do Sul21 – Pioneiro do jornalismo independente no RS e atuante na criação do Sul21 - Marco enfrentou um melanoma desde 2012” (Sul 21, 19.01.25). “Trincheira de luta pela democratização perde Marco Weissheimer – O filósofo e jornalista, editor do Sul21, partiu neste sábado, deixando grande legado na batalha de ideias” (Katia Marko, Brasil de Fato RS, 19.01.25).
20 e 21.01: Seminário Internacional relacionado com o Fórum Social Mundial: Democracia, Equidade e Justiça Socioambiental, com vasta programação:
20.01, 17h, na Praça da Matriz: Aula pública - Democracia em tempos de crise
21.01: 9h, debate no CAMP: Democracia e defesa de direitos
10h: Debate virtual: O mundo multipolar e a crise dos sistemas de governança global
14h, debate no CEA, Vila Pinto, Bom Jesus: Colapso climático, a COP30 e os desafios dos movimentos sociais ambientais
14h: Debate no SindBancários: Trabalho decente e redução da jornada de trabalho
17h: Mesa de Convergências, no SindBancários: Caminhos para um outro mundo possível: as agendas que nos movem
Matéria de Felipe Faleiro diz: “Último dia do Fórum Social Mundial debate democracia de direitos em Porto Alegre – Mesa híbrida na sede do CAMP teve a participação de representantes de movimentos sociais e ambientais. No Auditório Clara Scott, disse Daniela Tolfo, Coordenadora Geral do CAMP: “O Fórum se insere em uma defesa intransigente dos processos democráticos de participação social e ampliação dos direitos humanos. Os diversos encontros e debates realizados em 20 e 21de janeiro agregam pessoas com interesses em comum de fortalecimento democrático e ampliação da economia popular solidária, vista com alternativa viável de geração de renda. Isso tem tudo a ver com a redução de desigualdades. A questão da crise climática, a partir das enchentes de maio de 2024, é vista com sentimento de urgência, diante das comunidades prejudicadas pelas tragédias.” Diz mais Daniela: “Podemos atender essas pessoas afetadas através de políticas sociais. O Fórum é um espalho de debates e reflexão de tudo o que está sendo feito e quais as linhas de autuação das organizações e movimentos que estão na base. Ele tem esta potencialidade de reunir também a diversidade, o que é altamente positivo” (Felipe Faleiro, Correio do Povo, 21.01.25).
Mauri Cruz faz um resumo e análise do que foram estes dias em janeiro na Porto Alegre do Orçamento Participativo e do Fórum Social Mundial, com o calendário de lutas de 2025: “Caminhos para outro mundo possível: agendas que nos movem – Nunca as lutas locais e globais estiveram tão embricadas e conectadas como nestes tempos que vivemos” (Mauri Cruz, Brasil de Fato RS, 22.01.25).
ReXistência. Resistência, eXistência, ao mesmo tempo. Estamos, militantes, sonhadoras, sonhadores, vivos, e, com fé e coragem, na boa luta. Esperançar.
Declamei, em homenagem ao Beto Aguiar, e agora também dedicado a Marco Weissheimer, o poema 'Profeta', publicado em 14 de abril de 1975 no Caderno de Sábado do Correio do Povo e no livro 'Autores luso-brasileiros 2019, Sala Açoriana de Venâncio Aires', poetas e profetas que somos e continuaremos sendo a vida inteira, junto com Beto e Marco sempre vivos e presentes:
“Sou poeta do mundo. / Tenho as dores todas no coração./ Tenho mágoas e soluços no sangue/ e a bravura de viver dos antepassados.
Sou poeta do mundo./ Corre em mim/ a água viva do futuro., o olhar posto em frente,/ para o que a mulher e o homem ainda não assumiram.
Sou poeta da marcha da mulher e do homem. / Estou dentro de seus passos,/ caminho em suas margens,/ faço parte de sua procura.
Recebi da terra meu chamado./ Cavo palavras entre pedras e inços;/ e me perco às vezes em florestas,/ e me perco em estradas.
Sou poeta do pouso da mulher e do homem. Sei de sua imperfeição,/ porque sei do alcance de minhas forças/ e da solidão de meus versos.
Mas estou no centro do mundo,/ sustento suas bases./tomo parte em seus desatinos,/ sou profeta de suas doenças.
Porque sou poeta do mundo./ Da terra veio meu chamado./ No sangue está meu ritmo.
Sou cantador da mulher e do homem./ Sou poeta do mundo.”
Viva Beto Aguiar! Viva Marco Weissheimer! Viva todas e todos as-os militantes, sonhadoras e sonhadores de um outro mundo possível, urgente e necessário, com paz, direitos e democracia!
* Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.
Edição: Vivian Virissimo