O aumento na energia elétrica entra no custo na produção de fábricas e é repassado para consumidores
O aumento do custo de vida do Brasil, atrelado e perda de poder de compra das famílias, é puxado pelas altas na energia elétrica e nos combustíveis, em especial no gás de cozinha e no petróleo, influenciados pela valorização do dólar frente ao real. O cenário foi agravado pela demora na vacinação e pela má gestão da pandemia, que fizeram com que a economia do país demorasse mais para se recuperar frente a outros mercados, desvalorizando ainda mais a moeda nacional.
“Os preços do gás de cozinha e da energia elétrica acabam interferindo em outros produtos, porque são incorporados nos custos de produção pelas empresas. Todas as fábricas pagam conta de energia elétrica para produzirem e esse aumento entra no custo na produção, impacta toda a cadeia produtiva e é repassado para os consumidores”, disse a economista Lígia Toneto, em entrevista ao Programa Bem Viver na TV, repercutida na edição de hoje (31) no rádio.
A economista destaca que o mesmo processo ocorre também no comércio. “O comerciante já compra um produto mais caro da indústria, gasta mais na conta de luz e isso acaba sendo repassado para o consumidor, que por outro lado tem uma renda cada vez mais baixa. Estamos caminhando para o oitavo mês de queda era na renda das famílias”, disse.
A falta de ação do governo do presidente Jair Bolsonaro para mediar a crise econômica e sanitária resulta em um quadro grave para o país segundo a especialista: são mais de 500 mil vítimas fatais da Covid-19, pelo menos 14 milhões de desempregados e uma grande parcela da população sem saber se vai ter o que comer no dia seguinte.
A previsão deste ano do Banco Central é que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), principal indicador para acompanhar os preços no país, suba de 7,11% para 7,27%. Na prática, isso significa que o custo de vida de aumentar mais e o consumidor perder mais poder de compra.
Gameterapia
Ao longo de um ano e meio de pandemia, o país vivenciou uma série de histórias trágicas, mas também de esperança, de cuidado e de humanização da relação entre profissionais de saúde e pacientes no enfrentamento à Covid-19.
Uma delas tem sido usada na reabilitação de pessoas com sequelas da doença, que comprometem a realização de atividades diárias. É a Gameterapia, um procedimento realizado com estímulos de vídeos de jogos eletrônicos, em centros de tratamento do Pará.
Por meio de sensores, o paciente joga um jogo que depende de sua movimentação corporal. A partir daí, ele é incentivado a realizar movimentos e fazer exercícios aeróbicos e de resistência que vão auxiliá-lo na retomada dos movimentos.
Marco temporal
Representantes de 176 povos indígenas seguem acampados na capital federal desde o último dia 23, em vigília, para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a não aprovar o marco temporal, um recurso jurídico que pode desapropriar áreas ocupadas por povos originários após a promulgação da Constituição Federal de 1988.
O STF deve decidir sobre o tema amanhã (1), após adiamento da avaliação que começou na última quinta-feira (26). Pelo menos mil indígenas seguem em Brasília nas proximidades do Complexo Cultural Funarte, a cerca de cinco quilômetros da sede do Supremo Tribunal Federal.
Visibilidade lésbica
No último domingo (29), Dia da Visibilidade Lésbica, integrantes da Liga Brasileira de Lésbicas e da Associação Lésbica Feminista de Brasília - Coturno de Vênus começaram a recolher dados para o primeiro Lesbocenso Nacional. Trata-se de uma pesquisa para levantar informações sobre a realidade e as condições de vida dessa comunidade em todo o país.
De acordo com as organizações, o Lesbocenso busca alterar o cenário de subnotificações de crimes, violação de direitos e da falta de políticas públicas específicas para lésbicas. Na última edição do Dossiê do Lesbocídio, de 2018, foram mapeados 126 assassinatos de lésbicas entre os anos de 2014 e 2017, motivados pela lesbofobia.
O lesbocídio é a morte de lésbicas por motivo de lesbofobia, ódio, repulsa e discriminação. Com o mapeamento, as organizações avaliam que será possível estimar a prevalência de violências contra esse segmento da população.
Para participar da pesquisa, acesse o formulário.
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Edição: Sarah Fernandes
