Ronda Política

Dino quer investigação sobre organizações nazistas, PF inicia perícia em joias sauditas e mais

"O acervo de causas que leva à ampliação de tragédias está bem visível", escreveu o ministro em suas redes

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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Dino também informou que o Ministério da Justiça realizará uma reunião com as delegacias estaduais sobre violência nas escolas - Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal (PF) investigue organizações nazistas e neonazistas no Brasil, nesta quarta-feira (5), após o ataque que deixou quatro crianças mortas em uma creche em Blumenau, em Santa Catarina, no mesmo dia.

"Assinei agora determinação à Polícia Federal para que instaure Inquérito Policial sobre organismos nazistas e/ou neonazistas no Brasil, já que há indícios de atuação interestadual. Há possível configuração de crimes previstos na Lei 7.716/89", anunciou em seu perfil no Twitter.

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Dino também informou que o Ministério da Justiça realizará uma reunião com as delegacias estaduais de investigação e repressão a crimes cibernéticos para falar sobre violência em escolas e universidades.

"O acervo de causas que leva à ampliação de tragédias está bem visível: proliferação de ódio na sociedade, inclusive por uma internet desregulada e com empresas irresponsáveis; incentivos ao armamentismo e à ideologia da morte; agrupamentos nazistas e neonazistas", disse o ministro.

Polícia Federal inicia perícia em joias sauditas

A Polícia Federal (PF) iniciou, no fim de março, a perícia das joias sauditas que foram trazidas ao Brasil pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Os integrantes da PF deverão elaborar um relatório com a descrição dos itens, verificar a autenticidade e analisar a qualidade dos produtos.

Os policiais iniciaram a perícia com as joias que foram apreendidas pela fiscalização do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em outubro de 2021. O conjunto contém um colar, anel, relógio e um par de brincos de diamantes avaliados em R$ 16,5 milhões e seria um presente da Arábia Saudita para Bolsonaro e a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

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Há ainda outros dois conjuntos de joias sauditas que estavam sob posse de Bolsonaro, mas foram entregues à Caixa Econômica Federal por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU).


Joias apreendidas pela Receita Federal / Reprodução/Redes Sociais

No total, um dos pacotes que ficou com Bolsonaro inclui relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário, todos em ouro branco e cravejados e diamantes. O segundo conjunto possui um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes, dentro de uma caixa de madeira que contém o símbolo verde do brasão de armas da Arábia Saudita. Também inclui uma caneta da marca Chopard, outro par de abotoaduras, anel e rosário, todos também em ouro branco e cravejados de diamantes.

De acordo com o Estadão, esse último conjunto de joias foi recebido em mãos pelo próprio ex-presidente, durante uma viagem oficial a Doha, no Catar, e Riad, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 30 de outubro de 2019.

Ao voltar ao Brasil com o terceiro conjunto de joias, Bolsonaro solicitou que os itens fossem levados ao seu acervo pessoal, em novembro de 2019, segundo o Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência.

Boulos diz que seu vice será do PT

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) defendeu que seu vice na eventual disputa à Prefeitura de São Paulo nas eleições próximo ano será do Partido dos Trabalhadores. "Meu vice será do PT. Isso já está decidido", disse o congressista em entrevista ao Metrópoles, nesta quarta-feira (5).


Lula e Guilherme Boulos / Ricardo Stuckert

A declaração foi dada depois que vazou um vídeo de uma conversa entre Boulos e o apresentador José Luiz Datena (PDT), na qual ambos falam sobre as eleições municipais. Datena diz que o deputado do PSOL tem de "peitar" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para convencê-lo da competitividade de uma chapa com ambos.

Deputada quer CPI dos ataques em escolas

A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) começou a colher assinaturas pra solicitar a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre ataques contra escolas no país. Para protocolar um pedido de CPI é necessário o apoio de um terço dos deputados.

A comissão deve ter o objetivo de "investigar as causas por trás dos recorrentes ataques violentos às escolas brasileiras, a fim de identificar omissões governamentais de ações de prevenção, investigação e reparação anteriores e após os ataques".


Luciene Cavalcante / Câmara Municipal de São Paulo

"Na maioria dos casos, a resposta imediata das autoridades para os ataques resume-se a um maior policiamento nas escolas. Porém, tal medida é insuficiente, visto que a polícia militar apenas age de forma repressiva. É imprescindível ações de prevenção, investigação e reparação para evitar casos futuros", escreveu Cavalcante na solicitação que já está pronta.

"Apenas neste primeiro semestre de 2023, pode-se citar dois ataques: o caso do ataque à escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste da capital paulista, que ocasionou a morte da professora de ciências Elisabeth Tenreiro, 71 anos, e deixou mais cinco feridos; e o caso de um ataque à uma creche em Blumenau, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, que ocasionou na morte de quatro crianças e no ferimento de outras quatro. Constata-se que há o escalonamento da violência nas escolas no último período", relembra a congressista.

Edição: Nicolau Soares