Emergência climática

Calor extremo castiga o Hemisfério Norte

De acordo com relatório da União Europeia, junho foi o mês mais quente da história

Nova Iorque (EUA) |
Os dias 3, 4 e 5 de julho foram os mais quentes já registrados e o número de mortos cresce em todo o planeta - AFP

Uma onda de calor extremo afeta a Ásia, a Europa e a América do Norte. No Texas, nos Estados Unidos, as temperaturas já passaram dos 48ºC. Para além do calor mortal, outros eventos climáticos extremos estão sendo registrados por todo o mundo. 

De acordo com o Centro Copernicus, da União Europeia, junho foi o mês mais quente da história do planeta, com uma temperatura global 0,5ºC acima da média. A Super La Niña, que resfria as águas do Oceano Pacífico nas proximidades do Continente Americano, é tida como uma das grandes responsáveis.

Segundo o Centro Nacional de Proteção Ambiental dos EUA, 3 de julho foi o dia mais quente na história do plante, até então. Mas o recorde não durou muito. Em 4 de julho foi registrada uma temperatura ainda mais alta e, em seguida, em 5 de julho também. Os 3 dias mais quentes da história foram os 3 últimos.

Para além do incômodo, o calor extremo já gera mortes em todo o mundo. Só no mês passado, pelo menos 16 pessoas morreram nos Estados Unidos por causas relacionadas ao calor. No México, no mesmo período, foram mais de 100 mortes, a maioria por insolação ou desidratação.

No Parque Nacional do Grand Canyon, um dos principais cartões postais dos Estados Unidos, uma mulher de 57 anos morreu no domingo (2) ao tentar fazer uma trilha de aproximadamente 13 km sob uma temperatura de 38ºC. Ela não foi a primeira. Também em junho, outra mulher, de 36 anos, morreu no parque pelo mesmo motivo.

Um estudo da Agência de Proteção Ambiental dos EUA revelou que ondas de calor são os eventos climáticos que mais matam seres humanos no mundo. De 1980 até 2021, o número de mortes relacionadas às altas temperaturas aumentou 74%. Nos Estados Unidos, mais de 600 morrem todos os anos por questões relacionadas ao calor extremo.

Outro efeito da La Niña é o clima mais seco no continente americano. A seca, somada às altas temperaturas, já fez com que esta seja a pior temporada de incêndios da história do Canadá. A fumaça tóxica cobre não apenas o país, como também todo o norte dos EUA. No início do mês passado, Nova York registrou a pior qualidade do ar da história.

Os cenários catastróficos das mudanças climáticas, anunciados há décadas pelos cientistas, se aproximam cada vez mais da realidade. Ainda em abril, o número de mortes por tornados nos EUA já era o dobro do registrado em 2022. Na Europa, a Holanda viveu na quarta-feira (5) a pior tempestade da história. Já na Ásia, que viveu em 2022 uma das piores temporadas de monções, acredita-se que este ano a situação possa ser ainda pior com a umidade recorde trazida pelo Oceano Pacífico.

Edição: Thales Schmidt