gestão desastrosa

Três anos após gestão à frente da Cultura, Regina Duarte se arrepende: 'Não tinha capacidade'

Em entrevista, a atriz contou que Bolsonaro também percebeu sua pouca aptidão: "Isso não é para você"

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Regina Duarte e Bolsonaro
Regina Duarte e Bolsonaro, durante cerimônia de nomeação para a Secretaria, no início de março de 2020 - Antônio Cruz/Agência Brasil

Em entrevista à jornalista Leda Nagle veiculada nesta quarta-feira (20), a atriz Regina Duarte admitiu que não estava preparada para assumir a Secretaria de Cultura durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No governo de Bolsonaro, a pasta deixou de ser ministério e se tornou apenas uma secretaria dentro do Ministério do Turismo.

"Não estava preparada para isso. Esse foi meu grande problema. Meu interesse em fazer alguma coisa pela cultura do país fez com que eu assumisse uma coisa pela qual eu não estava preparada. Fiquei muito triste pelo sonho que eu alimentei de fazer alguma coisa importante para a categoria. Mas eu não consegui. Sabia que não ia conseguir. Então, eu falava para mim mesma: 'bem feito, viu! Se meteu aí a ser secretária de cultura sem ter capacidade para isso'", afirmou Duarte.

Em outro trecho, a atriz contou sobre sua relação com Bolsonaro e reconheceu que até mesmo o ex-presidente admitia sua falta de preparo para o cargo. "Nos poucos encontros que a gente teve nos corredores em Brasília, ele [Bolsonaro] olhava para mim e dizia: 'isso aqui não é para você não'. Quando eu fui tomar café com ele para pedir para sair, ele falou assim: 'temos que arrumar alguma coisa para ela', e sugeriu para eu ficar na Cinemateca de São Paulo, porque tinha que dar uma disfarçada de 'por que está tirando a Regina?' Está tirando a Regina, não! A Regina quer sair, quer ficar perto dos netos, em São Paulo."

A gestão de Regina Duarte à frente da pasta durou apenas 74 dias entre março e maio de 2020. Sua atuação desagradou tanto a classe artística como a ala mais relacionada à extrema direita do governo Bolsonaro. 

Quando foi nomeada, em março de 2020, Duarte substituiu Roberto Alvim, exonerado após um vídeo em que faz referência a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o governo nazista.

Edição: Thalita Pires