60 ANOS DO GOLPE

Vítimas de perseguição da Ditadura Militar participam de live do Memorial das Ligas Camponesas

O evento acontece na próxima terça-feira (27), no YouTube, e foca o sofrimento das famílias camponesas

Brasil de Fato PB | João Pessoa (PB) |
Marcha da Liga Camponesa de Sapé com seus líderes à frente - Reprodução

Nesta terça-feira (27), o Memorial das Ligas e Lutas Camponesas (MLLC) realizará, no seu canal do YouTube, às 19h30, a live 60 Anos do Golpe Militar: testemunhos sobre a perseguição às Ligas Camponesas. Os depoimentos fazem parte de um ciclo de lives que o memorial está promovendo em decorrência dos 60 anos do Golpe Militar no Brasil, que ocorreu no final de março e início de abril de 1964 e instalou a Ditadura Civil-Militar no país, permanecendo até 1985. Para assistir, acesse este link.

De acordo com a mediadora da live, a presidente do MLLC e mestranda em Geografia Alane Lima, a discussão abordará a perseguição às ligas camponeses e os traumas advindos dessas perseguições. Trará depoimentos de familiares das pessoas que fizeram parte, de algum modo, das ligas e que lidam, até hoje, com as consequências das perseguições a seus familiares e, assim, são também vítimas dessa história. A live ainda vai trazer um momento histórico sobre o Golpe Militar no contexto na Paraíba, em especial, do município de Sapé (PB), umas das primeiras cidades do estado a serem sitiadas em 1964. 

O evento terá a participação de Maria José, filha de Elizabeth Teixeira e João Pedro Teixeira; de Juliana Teixeira, professora e neta de Elizabeth e João Pedro; de Nazaré Zenaide, professora aposentada da UFPB, defensora dos direitos humanos e filha de um jornalista do A União, que na época foi expulso do jornal por evidenciar os acontecimentos contra as Ligas Camponesas; e Lúcia Malheiros, filha de Helena Malheiros e Biu Pacatuba, primeiro presidente das Ligas Camponesas de Sapé. 


Card do evento "60 anos do Golpe Militar: Testemunhos sobre a perseguição às Ligas Camponesas". / Foto: Divulgação.

"Eram os camponeses que estavam lutando por melhores condições de vida, por direitos a educação, a alimentação, a terra e tinham como enfrentamento direto os latifundiários", explica Alane Lima. Para ela, a live será muito de muita potência, em relação a denúncias. "As pessoas acham que [as perseguições] só aconteceram no Rio de Janeiro, em São Paulo, em João Pessoa", destaca.

O ciclo de lives iniciou em janeiro e teve como tema os 60 anos da Resistência de Mari, tragédia ocorrida em 15 de janeiro de 1964, quando mais de 400 camponeses realizavam um mutirão e houve uma ação por ordem do latifundiário. O conflito resultou em várias mortes e feridos, de ambos os lados.

Pensando em como abordar os 60 anos do Golpe, Alane Lima comenta que havia a necessidade, por parte do MLLC, de realizar uma atividade mais emblemática, que pudesse evidenciar a temática e o impacto dela no estado da Paraíba, na classe camponesa.

A proposta do MLLC é realizar outras duas lives, como forma de convocar para um ato programado pelo memorial para o dia 31 de março, data em que o Golpe Militar completa 60 anos. Uma dessas lives será sobre o olhar jurídico das pessoas que trabalham acerca do Golpe de 64. A outra vai abranger a perspectiva de continuidade da luta e o direito à memória pelos camponeses. 

O ato será em alusão a três datas: 02 de abril, dia em que João Pedro Teixeira foi assassinado, no ano de 1962 (Ato em Memória dos Mártires da Luta pela Terra); Dia Estadual da Memória Camponesa; e aniversário dos 60 anos do Golpe de 1964. 

Segundo Alane Lima, o MLLC compreende que é necessário falar dos períodos de perseguição aos camponeses, para que nunca mais a história se repita. 

Acompanhe a rede social do MLLC, seu canal do YouTube e saiba as próximas datas das lives.

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Fonte: BdF Paraíba

Edição: Heloisa de Sousa