Rio Grande do Sul

SOLIDARIEDADE

Ação do MAB entrega gás de cozinha para 130 famílias em Porto Alegre

Movimento tem realizado diversas ações solidárias e promovido a organização das famílias durante a pandemia

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Foram beneficiadas 17 comunidades dos bairros Lomba do Pinheiro e Partenon - Coletivo de Comunicação do MAB

Nas últimas duas semanas, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizou a entrega de botijões de gás de cozinha como parte das ações de solidariedade em comunidades de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Essas ações se somam às medidas emergenciais propostas pelo MAB e pela Plataforma Operária e Camponesa da Água e da Energia, que preveem a isenção das tarifas de água e luz e a venda do gás a preço justo à população. Tanto as medidas emergenciais, quanto as ações de solidariedade, garantem a dignidade e promovem a organização das famílias durante a pandemia do coronavírus.

Ao todo 130 famílias foram beneficiadas com a entrega de botijões de gás em na capital gaúcha. A primeira entrega, no dia 10 de julho, aconteceu na Vila Herdeiros, com 55 famílias de sete comunidades do bairro Lomba do Pinheiro, a saber: Vila dos Herdeiros, Santo Antônio, Novo Barreto, Quinta do Portal, Vitória e Mapa.

Na quarta-feira (15), aconteceu a entrega da segunda remessa de botijões, beneficiando 10 famílias das comunidades do Bairro Partenon, Chácara do Primeiro e Represa. E na sexta-feira (17) foi a terceira entrega, para 65 famílias de oito comunidades da Lomba do Pinheiro, sendo: Santa Helena, São Pedro, São Carlos, Recreio da Divisa, Comunidade, Vale Verde, Morada das Pedras e Panorama.

Foram beneficiadas 17 comunidades dos bairros Lomba do Pinheiro e Partenon, com apoio da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE) e a parceria do Comitê de Combate à Fome da Lomba do Pinheiro. O MAB destaca que a iniciativa promove o encontro das famílias para discutirem, mesmo durante a pandemia, os altos preços do gás de cozinha e energia, injustos com a maioria da população.

Para Fernando Fernandes, da coordenação do MAB, a greve dos petroleiros realizada em fevereiro deste ano demonstrou que o preço do gás de cozinha pode e deve ser mais baixo. “Na greve, fizemos o debate com a população, e com os petroleiros, aprendemos que é possível vender o gás a R$ 40 reais. O preço que pagamos de até R$ 80 reais em alguns locais é um roubo, porque a Petrobrás adotou uma política internacional para os combustíveis e quem acaba pagando é a população”, alertou.


Ação promove debate sobre temas como água e energia junto à população / Coletivo de Comunicação do MAB

A consolidação e a organização dos grupos de atingidos também é um objetivo do movimento com as ações de solidariedade. Segundo Fernandes, com as ações, o MAB não quer apenas fazer a doação de botijões, mas também fazer nucleação de famílias, formação e promoção de debates de outros temas tão importantes para o movimento, tais como a água e a energia.

Para os moradores das comunidades atendidas, essas ações são muito importantes. Segundo Bárbara, da Lomba do Pinheiro “o MAB vem, junto da comunidade, ajudar a crescer a nossa organização. A conquista do gás é muito importante e bem-vinda, por conta de ser caro e tão necessário, principalmente na situação em que a gente está”.

Para Natália, da comunidade São Pedro “debater sobre o gás de cozinha, energia e água é muito importante. São direitos negados para nós, o valor é alto e não queremos mais pagar por esses preços, pois é injusto com a comunidade e com todo o povo brasileiro”.

Ações em todo o Brasil

No Brasil, o MAB já realizou ações de solidariedade em 18 estados. As iniciativas vão desde a coleta e distribuição de cestas básicas, totalizando mais de 260 toneladas de alimentos, até a fabricação e distribuição de kits de higiene pessoal e artigos de proteção individual, como máscaras e capotes usados no sistema público de saúde.

No Rio Grande do Sul, na região Alto Uruguai e na fronteira noroeste, também acontecem ações de solidariedade durante a pandemia. Em parceria com a Cáritas na fronteira noroeste, e com o Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap) e organizações populares do Alto Uruguai, o MAB distribuiu cestas básicas para famílias de bairros pobres e comunidades indígenas, minimizando as dificuldades enfrentadas por essas famílias nestes tempos de dificuldades.

* Grasiele Be é do Coletivo de Comunicação MAB

Edição: Marcelo Ferreira