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Artigo | Agora é a vez do Brasil, a vez de Porto Alegre

A energia liberadora dos povos da Pátria Grande chega para acompanhar a reta final das eleições municipais no Brasil

Porto Alegre | BdF RS |
A vitória de Manuela D’Ávila e Miguel Rossetto é estratégica para os rumos de um novo Brasil que acorda para um mundo de amor, justiça e solidariedade transformadora - Ilustraçao: Wellington Franke Jr.

Os povos da esperança estão se alinhando às forças que resistem, perseveram e lutam em favor de um mundo multipolar.

O chefe de Bolsonaro, Donald Trump, foi derrotado pelas mobilizações combinadas de milhões de negros, latinos, mulheres e jovens cansados de tanta morte, violência, injustiça e negação das conquistas civilizatórias da ciência e da razão. Foi uma vitória do povo norte-americano que dificilmente Joe Biden honrará. Não esqueçamos que Trump venceu pela frustração das pessoas com o governo de Barack Obama, do qual Biden foi seu vice por 8 anos.

Bolívia continua sendo notícia. O seu novo presidente, Luis Arce, assumiu reafirmando que “Democracia é ter o direito de disfrutar da riqueza que é para todos e não para alguns poucos”. Comprometeu-se desde o primeiro dia a “retificar o que estava mal e aprofundar o que estava bem” nos 14 anos do governo de Evo Morales. A revolução boliviana, pacífica e democrática, seguirá seu rumo.

Antes do discurso do presidente Arce, falou o seu vice David Choquehuanca, iluminando nossas consciências com breves reflexões da cultura milenar dos povos originários. Lembrou que “tudo está interrelacionado, que nada está dividido e que nada está fora. Por isso nos dizem que todos sigamos juntos, que ninguém fique para trás, que todos tenham tudo e que a ninguém falte nada”. A solidariedade originária se nega a desaparecer e, com ela, Choquehuanca volta a confirmar a hipótese futurística de Bolívar quando disse que seria neste continente onde se resolveria a “misteriosa incógnita do homem em liberdade”.

No dia seguinte da posse de Luis Arce, Evo Morales, acompanhado pelo presidente argentino Alberto Fernandez, voltou a seu país. Foi recebido por uma impressionante multidão que agradecia e reconhecia sua inquestionável liderança. Evo é o artífice do ressurgimento da Bolívia democrática, soberana e independente que agora recupera o caminho, momentaneamente interrompido pelos golpistas.

Em paralelo, enquanto Evo era rodeado na fronteira pelo amor de seu povo, na capital La Paz, a Venezuela recuperava a sede da sua embaixada que tinha sido invadida e ocupada pelos fascistas durante o golpe. As imagens do Chanceler Jorge Arreaza, retirando a foto do palhaço Juan Guaidó e colocando no seu lugar o quadro de Simón Bolívar, percorreram o mundo.  Voltou o libertador.

Nesse clima, a energia liberadora dos povos da Pátria Grande chega para acompanhar a reta final das eleições municipais no Brasil. Bolsonaro encontra-se paralisado com o resultado nos EUA, ao mesmo tempo em que dispara a rejeição de seus candidatos a prefeito. Ao contrário, o favoritismo de muitas candidaturas do campo democrático e popular, silenciadas pela mídia, se consolida em todo o Brasil. Onde parecia que não tínhamos chances, novas pesquisas estão revelando inesperadas surpresas. A direita bolsonarista está acuada, ouvindo o povo dizer por todos os lados que “o rei está nu”. Com este novo panorama, as forças democráticas e anti-imperialistas que semanas atrás ficariam de fora, disputarão agora o segundo turno em muitas cidades.

Em Porto Alegre, o espírito da justiça decidiu intervir. Fortunati, aprofundando sua degradação política e pagando o preço da traição aos trabalhadores, acaba de ter impugnada sua candidatura pelo TRE/RS, em função de ilegalidades cometidas por seu vice. Sem sua alternativa “popular”, a direita gaúcha se vê perdida, conformando de última hora um bloco que tente barrar sua derrota eminente. Reflexo deste desespero, podemos aguardar mais fake news e jogadas sujas. Percebem como será estratégica a vitória de Manuela D’Ávila e Miguel Rossetto para os rumos de um novo Brasil que acorda para um mundo de amor, justiça e solidariedade transformadora. Por isso, se viram obrigados a ressuscitar o dogma preferido da direita mundial: "Manuela tornará Porto Alegre uma Venezuela”.

De nada servirá. As energias dos povos originários da Pátria Grande estão nos empurrando para darmos um “banho” neles. Primeiro no dia 15 e, logo, no dia 29 de novembro.

Não somos mais a promessa sonhada e desejada para Porto Alegre. Somos a presente e futura realidade das mulheres e dos homens que vão dirigir com honestidade e sabedoria os destinos da capital mundial dos povos.

Como disse o ex-prefeito Raul Pont, Porto Alegre sempre esteve presente cada vez que o Brasil decidiu mudar de rumo.

* Sociólogo venezuelano (UFRGS/Brasil), professor da Universidade Bolivariana da Venezuela (UBV).

 


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Edição: Katia Marko