Rio Grande do Sul

Dia de Luta

Servidores, entidades e movimentos protestam contra ataques aos serviços públicos

Ato ocorre no Dia Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa e também repudia a PEC do Teto de Gastos do RS

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Diversas entidades e movimentos estiveram em frente ao Piratini para protestar contra a Reforma Administrativa de Guedes e o Teto de Gastos de Leite - Luiz Damasceno/CPERS Sindicato

Entidades sindicais, movimentos sociais e estudantis e servidores gaúchos protestaram no Dia Nacional de Luta contra a Reforma Administrativa. Além da denuncia em relação aos prejuízos da reforma, os manifestantes alertaram sobre a PEC do Teto de Gastos do RS, encaminhada pelo governador Eduardo Leite (PSDB) para a Assembleia, que pretende limitar os gastos públicos com serviços essenciais para a população.

Já há algum tempo os servidores públicos gaúchos vêm alertando sobre os impactos que a Reforma Administrativa trará à sociedade como um todo, não somente para os servidores. Na manhã desta quinta-feira (10), Dia Nacional de Luta, a Frente dos Servidores Públicos realizou um ato em frente ao Palácio Piratini e da Assembleia Legislativa para se manifestar contra a Reforma e o Teto dos Gastos do RS.

Atos contra a Reforma Administrativa ocorreram em pelo menos 10 capitais e outras cidades pelo país.

Entidades sindicais se manifestaram

Para a presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos do Rio Grande do Sul (Sindsepe/RS), Diva Luciana da Costa, “fica cada vez mais evidente a semelhança política entre Leite e Bolsonaro. Todas as propostas de reforma que foram apresentadas por eles têm como objetivo penalizar ainda mais as servidoras e os servidores que já amargam seis anos de congelamento, salários atrasados. A intenção dos dois é a de retirar o direito ao acesso público e gratuito da população aos serviços básicos como saúde e educação", afirma.

A presidenta do Centro dos Professores do Estado do RS (CPERS/Sindicato), Helenir Schürer, reforça que os dois projetos desconsideram as necessidades da população: “Ambos prejudicarão os servidores e a sociedade. A PEC do Teto de Gastos vai afetar diretamente a qualidade e a quantidade de serviços ofertados à comunidade. Se essa PEC passar, teremos no mínimo mais dez anos sem reajuste salarial. Vamos ter que fazer uma ação muito forte com os deputados para evitar sua aprovação”.

Já Fabiano Salazar, do Sindicato dos Servidores da Justiça do RS (Sindjus), afirmou que irão seguir denunciando os atos dos governos federal e estadual, pois estes projetos são de destruição do estado brasileiro: "Hoje é um dia que estamos aqui para lutar contra a Reforma Administrativa, mas também contra a PEC do Teto de Gastos do RS, um projeto apresentado na calada da noite, no final do ano e sem diálogo com a sociedade". Segundo o dirigente, a PEC irá congelar por 10 anos os investimentos públicos prejudicando sobretudo a população mais vulnerável.

No mesmo sentido, Érico Corrêa, dirigente do Sindicato dos Servidores da Caixa Econômica Estadual do Rio Grande do Sul (Sindicaixa), destacou o alinhamento do governo de Eduardo Leite com Bolsonaro: "É um governo que entrega patrimônio público e que tenta resolver suas coisas sangrando cada vez mais os servidores públicos do estado e, consequentemente, a sociedade".

Outras entidades também se fizeram presentes

A Frente dos Coletivos Carcerários participou do ato, cobrando do governador o respeito às famílias de encarcerados, que neste momento estão sem o direito de visitação de seus parentes. Segundo Sabrine, que esteve presente no ato e pediu a fala no microfone, quem garante o cuidado com as pessoas encarceradas, no geral, são as mulheres, e não o Estado, situação que se gravou na pandemia: "Presos também têm família", afirmou completando.

Entidades do movimento estudantil também fizeram falas, como Gerusa Pena, presidenta da União Estadual de Estudantes (UEE), que afirmou que o movimento estudantil está junto com o movimento sindical. Ela lembrou que a União Nacional dos Estudantes (UNE) também convocou uma dia nacional de mobilização, em defesa da educação pública e contra as intervenções do presidente nas eleições das universidades federais: "Esse ano, vimos diversas universidades federais terem reitores que não venceram eleições nomeados por Bolsonaro. Isto não acontecia desde a ditadura militar, isso significa uma intervenção no espaço que produz conhecimento pro povo, não podemos aceitar".

Gerusa afirmou ainda que este movimento está alinhado com a política do presidente de não valorizar e atacar os serviços públicos, o que é ainda mais grave em momento de pandemia e que a população precisa de um estado que invista nos serviços e servidores.


Além de entidades sindicais, estudantis e movimentos, esteve presente a Frente dos Coletivos Carcerários / Luiz Damasceno/CPERS Sindicato


Além da Reforma Administrativa, também foi alvo de protestos a PEC de Leite que irá congelar os gastos públicos por 10 anos / Luiz Damasceno/CPERS Sindicato

Confira a transmissão do ato, realizada pelo CPERS/Sindicato:

* Com informações do CPERS Sindicato 


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Edição: Marcelo Ferreira